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16/01/2010

Funcionários Guiné-Telecom ameaçam com greve devido a 12 meses de salários em atraso

Os funcionários da Guiné Telecom, sem salários há 12 meses, ameaçam desligar o sistema de comunicação com o exterior se a sua situação não for “rapidamente resolvida”, disse hoje Guerra Sambu, porta-voz do comité sindical da empresa luso-guineense.

“Há 12 meses que os funcionários da Guiné Telecom não recebem os salários. A administração tem-se mostrado incapaz de resolver o problema. O Governo e a Portugal Telecom, como patronato, também se têm mostrado passivos perante o nosso sofrimento”, afirmou Guerra Sambu, em conferência de imprensa.

Segundo o sindicalista, há mais de um ano que os dois accionistas têm anunciado e adiado simultaneamente a reunião do Conselho de Administração da empresa mista luso-guineense.

O porta-voz dos trabalhadores da empresa acusa a Portugal Telecom e o Governo da Guiné-Bissau de falta de vontade na resolução do problema, afirmando mesmo que “existe uma estratégia deliberada dos accionistas para aniquilar a empresa”.

O sindicalista acusa a Portugal Telecom de “manobras dilatórias” e responsabiliza o Governo da Guiné-Bissau “de falta de estratégia” perante o seu parceiro português.

Segundo Guerra Sambu, os dois accionistas da empresa também “não se entendem nos valores da dívida” do Estado guineense à Guiné Telecom.

“A Portugal Telecom diz que é uma dívida de cerca de 22 biliões de Francos CFA (cerca de 30 milhões de euros), enquanto o Governo da Guiné-Bissau diz que é uma dívida de 16 biliões de CFA”, referiu o porta-voz.

Guerra Sambu considerou que, independentemente da dívida, é fundamental que o Governo da Guiné-Bissau encontre formas de pagar aos funcionários, uma vez que o Executivo já iniciou a liquidação da chamada dívida interna.

Caso contrário, os funcionários da Guiné Telecom irão avançar para ciclos de greves que poderão paralisar por completo a comunicação da Guiné-Bissau com o exterior, avisou Sambu.

O pré-aviso de greve vai ser entregue segunda-feira.

“Será uma greve sem precedentes porque irá paralisar todo o sistema de comunicação internacional, até os telemóveis poderão ser afectados porque grande parte da comunicação desse sistema passa pela Guiné Telecom” destacou o porta-voz dos trabalhadores.

A Guiné Telecom, empresa luso-guineense fundada em 1989, mas declarada tecnicamente falida, conta com 280 trabalhadores efectivos e 80 contratados.

http://economia.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1418058

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