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11/01/2010

Oliva: Trabalhadores dizem-se "desolados"

Os trabalhadores da Oliva decidiram hoje, face à possibilidade de dissolução da empresa, que vão adiar a greve que visava reivindicar o pagamento dos salários em atraso, enquanto a produção metalúrgica se mantiver parada.

David Soares, da comissão de trabalhadores da empresa de S. João da Madeira, afirmou à Lusa, após o plenário, que "o comunicado do tribunal foi desolador, porque toda a gente estava a contar com a viabilização da empresa e não com o encerramento".

"Já solicitámos uma reunião com o administrador da Oliva e com o administrador da insolvência, para ele nos explicar porque é que fez esta opção, mas não estamos com grandes expectativas", declarou David Soares.

"Nas circunstâncias que estamos a vislumbrar até os próprios trabalhadores podem ser accionistas da empresa, mas o ideal era que aparecesse um investidor que aproveitasse esta oportunidade", disse.

Em processo de insolvência desde Setembro de 2009, a Oliva corre agora o risco de fechar, depois de o administrador judicial encarregue de avaliar a situação da empresa ter entregado ao tribunal, a 31 de Dezembro, um plano para a sua dissolução.

O prazo para avaliação da proposta pelos trabalhadores e credores da metalúrgica termina esta quinta-feira e, caso a medida seja aprovada, implicará a perda de 184 postos de trabalho.

"Claro que ninguém na empresa estava à espera que eles se decidissem por fechar. Vamos tentar encontrar soluções com a Câmara Municipal [de S. João da Madeira], o Governo Civil [de Aveiro] e a Segurança Social, e também vamos tentar ser ouvidos pelo Ministério da Economia", adiantou David Soares.

Entretanto, com excepção para o sector da macharia, a produção da Oliva "está parada por falta de dinheiro para adquirir matéria-prima".

"É por isso que não faz sentido fazermos greve enquanto a empresa não estiver a produzir", explica David Soares.

O pré-aviso de greve mantém-se, contudo, até final de Janeiro, sendo que a comissão de trabalhadores exigiu ao administrador da empresa que, até quarta, se pronuncie sobre as remunerações que tem em falta: 50 por cento do salário de Dezembro e o subsídio de Natal de 2009.

A Oliva -- Soluções de Fundição S.A. emprega 184 funcionários, encontrando-se em processo de insolvência desde Setembro de 2009. Com dívidas acumuladas no valor de quase oito milhões de euros, tem como principais credores a empresa de químicos Urpol, à qual deve 624 mil euros, e a Segurança Social, com a qual tem em falta 550 mil.

http://dn.sapo.pt/inicio/economia/interior.aspx?content_id=1467055

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