Os sinais de recuperação da economia estão a demorar a chegar ao mercado de trabalho e ameaçam as previsões mais optimistas do Governo. No terceiro trimestre de 2009, a taxa de desemprego disparou para os 9,8% e, segundo as estatísticas oficiais, afectou 547,7 mil pessoas.
Na realidade o desemprego afecta bem mais pessoas do que as identificadas ontem pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Se aos 547,7 mil desempregados se somarem as 104,1 mil pessoas consideradas inactivas porque não procuraram emprego nas quatro semanas anteriores à realização do inquérito do INE, o número fica muito perto dos 652 mil desempregados.
Isto significa que a taxa de desemprego de 9,8%, um valor superior às previsões do Governo para o conjunto do ano - que apontam para 8,8 -, é bem mais elevada. Contabilizando os que desistiram de procurar emprego, porque consideram que não têm instrução suficiente ou porque acham que não há empregos disponíveis, e os que trabalham menos horas do que desejariam, a taxa dispara para os 11,7%, dando razão aos economistas, que esperam que o desemprego atinja os dois dígitos no final de 2009.
J. Negócios - 18.11.09
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