Dos 89 mil jovens portugueses com até 25 anos de idade e desempregados, quase metade vivem no Norte, dizem dados do terceiro trimestre do Instituto de Estatística. No país, e no Norte, o desemprego continua a disparar.
São sobretudo atingidos os mais novos e os mais velhos. Menos de um terço das pessoas com mais de 45 anos vive no Norte, mas isso não impede que seja aí que se encontram 43% dos desempregados dessa idade. Da mesma forma, a região tem o maior número de desempregados com o ensino superior completo, apesar de não ser aí que se encontra a maioria dos licenciados.
Estes indicadores mostram uma tendência genérica: se o desemprego continua a agravar-se em todo o país, é a Norte que a situação se mostra mais preocupante. Aí, a taxa disparou para os 11,6%, a mais alta de Portugal. Em boa parte do país, aliás, a taxa já alcançou os dois dígitos: 10,3% para Lisboa e o Algarve e 10,2% no Alentejo. Bem abaixo estão o Centro (7,2%) e as ilhas (Madeira com 7,9% e Açores com 6,2%, a mais baixa a nível nacional).
Existem agora 548 mil pessoas sem trabalho, no país, o que resulta numa taxa de desemprego de 9,8%, bem acima dos 7,7% registados na mesma altura do ano passado. No Norte, há 228 mil trabalhadores sem lugar no mercado laboral.
Entre o terceiro trimestre do ano passado e o mesmo período deste ano, perderam o trabalho 114 mil pessoas, ao ritmo de 422 novos desempregados por dia.
Globalmente, o nível de habilitações funcionou como uma protecção contra a falta de trabalho, já que o número de licenciados no desemprego até desceu, no país, face à mesma altura do ano passado. As listas do desemprego cresceram, mesmo, sobretudo à custa das pessoas que não passaram do nono ano e deixaram de estudar antes de terminar a escolaridade mínima obrigatória.
Mas quem trabalha nos sectores da indústria, construção e serviços sentiu a vida piorar, já que foi daí que saiu a maioria dos novos desempregados.
Emprego mais precário
Se o desemprego aumenta, o emprego está a ficar mais precário. O número de trabalhadores nos quadros das empresas e a tempo completo baixou, mas o de contratados a prazo até aumentou, mostrando que os empregadores preferem assinar este tipo de contratos quando admitem pessoal.
A precariedade e o desemprego exigem mais atenção da parte das autoridades, disseram à Lusa os partidos políticos e os parceiros sociais. Foi precisamente a colaboração destes últimos a pedida pela ministra do Trabalho, que se mostrou surpreendida por a taxa de desemprego estar tão alta. Helena André garantiu que as medidas de apoio ao emprego tomadas este ano se manterão em 2010.
J.N. - 18.11.09
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