O presidente da Rede Europeia Anti-Pobreza criticou a burocracia à volta da atribuição do complemento solidário para idosos, criado há três anos e que tinha como objectivo retirar 300 mil idosos da pobreza.
Ouvido pela TSF, Jardim Moreira adiantou que a meta fixada pelo Governo para este programa não foi atingida a cem por cento por causa não só da burocracia, mas também devido a algumas exigências nem sempre fáceis de cumprir por parte de alguns idosos.
Este responsável lembrou que nem todos os idosos sabem ler e escrever e que muitos estão impossibilitados de andar, ao passo que outros não têm formação e assim têm dificuldade em aceder a informação sobre este complemento.
«Por outro lado, outra dificuldade que veio a exigência, que tem alguma lógica, da informação dos sítios, do vencimento dos filhos, quando os têm, mas muitos pais para não criarem problemas com os filhos preferiram abdicar da medida», explicou.
Jardim Moreira reconheceu as boas intenções relacionadas com o complemento solidário para idosos que afinal apenas ajuda a reduzir as estatísticas, uma vez que dá entre 20 e cem euros aos idosos, o que os ajuda a pagar os medicamentos e alimentos.
«A verdade é que não é por aí que as pessoas deixam de ser pobres. O que se fez a nível ministerial conseguiu uma coisa que é muitíssimo fácil para a estatística, porque assim aplica-se a verba e as pessoas deixam de estar no limite da exclusão da pobreza», adiantou.
Contactado pela TSF, o Ministério do Trabalho e Segurança Social esclareceu que está a realizar acções entre os idosos com o recurso a técnicos que ajudam a preencher os impressos.
Quanto à questão dos filhos, o Governo diz que este assunto nunca foi entrave a que fosse atribuído o complemento.
TSF - 18.08.09
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