À procura de textos e pretextos, e dos seus contextos.

18/08/2009

Mais 115 000 sem emprego em Julho

No total, 497 000 portugueses estavam, em Julho, inscritos nos centros de emprego, um acréscimo de 30,1% face ao mesmo mês do ano passado

Quase meio milhão de portugueses estavam inscritos como desempregados no final de Julho, mais 114,9 mil pessoas, um aumento de 30,1% em relação ao mesmo mês do ano passado, de acordo com os dados ontem divulgados pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP).

Ao todo, no final do mês passado, nos ficheiros do Instituto, estavam cerca de 497 mil pessoas à espera de emprego, um acréscimo de 1,4% face a Junho, uma taxa de crescimento que está a desacelerar em relação aos últimos meses, o que pode ser visto como sinal de travagem na degradação no mercado laboral.

Esta foi, pelo menos, a ideia ontem defendida por Francisco Madelino, presidente do IEFP, recorrendo aos números do instituto. "Não podemos dizer que o mercado de emprego está melhor, mas existe um abrandamento do crescimento do desemprego", afirma. "Desde Abril, há sete mil desempregados a mais", quando entre Novembro de 2008 e Abril último "o número de desempregados aumentou 105 mil". Por detrás desta desaceleração do ritmo de crescimento do desemprego, estão, diz Madelino, em declarações à agência Lusa, as "políticas de promoção de crescimento do emprego em todos os países desenvolvidos".

Seja como for, os dados ontem divulgados pelo IEFP indicam que entre desempregados e desmotivados no trabalho - estes últimos à procura de outra profissão ou à espera de sair da precaridade no emprego - estavam, em Julho, cerca de 578,4 mil pessoas nos ficheiros do Instituto, mais 7,2 mil trabalhadores em relação a Junho.

Reagindo ao aumento do desemprego, a CGTP voltou a condenar a precaridade no trabalho.Carvalho da Silva, líder da central sindical, num encontro inédito com o CDS/PP, voltou a pedir que os "resultados económicos" das empresas, "quando surgirem", sejam "reorientados para o emprego e não para o aumento do lucro dos acionistas". Carvalho da Silva referiu--se "às dezenas de milhares de de-sempregados sem subsídio de desemprego" e o Partido Popular, através de Mota Soares, acabou por defender a "urgência" na revisão do "acesso à protecção em caso de desemprego", face ao aumento "do número de portugueses sem acesso a qualquer prestação de desemprego".

Entre o final de Junho e o último dia de Julho, deram entrada no instituto mais 6863 novos pedidos de subsídio de desemprego, o que poderá continuar a agravar as contas da Segurança Social, contas estatais que já vão altas. É que nos primeiros seis meses do ano, o Estado já gastou 960 milhões de euros em subsídios de desemprego e no apoio ao emprego, um aumento de 23,9% em relação ao mesmo período do ano passado.

O desemprego continua a afectar mais as mulheres. Em Julho, 270 mil mulheres estavam à procura de emprego,o que representava 54,4% dos inscritos nos ficheiros do IEFP. Construção civil, indústria extractiva, trabalhadores não qualificados dos serviços e comércio estão entre os mais castigados pelo desemprego.

D.N. - 18.08.09

Sem comentários:

Related Posts with Thumbnails