O Instituto Nacional de Estatística (INE) acabou de divulgar as Estatísticas do Emprego referentes ao 2º Trimestre de 2009. A atenção dos media concentrou-se fundamentalmente no número de desempregados, mais de meio milhão (precisamente 507,7 mil) no 2º Trimestre de 2009, que já é um número dramático. Esta focalização da atenção tem impedido que se tornem visíveis outros aspectos também dramáticos do grave problema do emprego e desemprego em Portugal neste momento. Este estudo tem precisamente como objectivo chamar a atenção para esses aspectos que normalmente são esquecidos
NUM ANO APENAS A DESTRUIÇÃO LÍQUIDA DE EMPREGO ATINGIU 151,9 MIL E A POPULAÇÃO COM EMPREGO NO 2ºTRIMESTRE DE 2009 É JÁ INFERIOR À DO 2º TRIMESTRE DE 2005
Desde o 2º Trimestre de 2008 tem-se verificado em Portugal, em todos os trimestres, uma destruição liquida elevada de emprego, e a população empregada no 2º Trimestre de 2009 é já inferior à que tinha emprego no 2º Trimestre de 2005, portanto quando este governo entrou em funções, como mostram os dados do INE constantes do quadro seguinte.
| | | 2T-2009 | 2T-2009 | |||||
| | | | | | ||||
| |||||||||
População empregada | HM | 5 132,0 | 5 228,1 | 5 195,8 | 5 176,3 | 5 099,1 | 5 076,2 | -151,9 | -55,8 |
H | 2 767,1 | 2 808,4 | 2 793,0 | 2 784,4 | 2 718,6 | 2 702,9 | -105,5 | -64,2 | |
M | 2 364,9 | 2 419,7 | 2 402,8 | 2 391,9 | 2 380,5 | 2 373,3 | -46,4 | 8,4 |
Se considerarmos o período compreendido entre o 2º Trimestre de 2005 e o 2º Trimestre de 2009, ou seja, o período correspondente ao deste governo, a destruição liquida de emprego já atinge 55,8 mil. No entanto, se considerarmos o período compreendido entre o 2º Trimestre de 2008 e 2º Trimestre de 2009, verificou-se uma destruição liquida de emprego muito mais elevada tendo atingindo 151,9 mil postos de trabalho. Desse total, 105,5 mil eram ocupados por homens e 46,4 mil por mulheres. Para além disso, verificou-se em todos os trimestres deste período, incluindo o 2º Trimestre de 2009, uma destruição liquida elevada de emprego. No 3º Trimestre de 2008 foram destruídos 32,3 mil; no 4º Trimestre de 2008, 19,5 mil; no 1º Trimestre de 2009, 77,2 mil empregos; e no 2º Trimestre de 2009 o emprego liquido destruído atingiu 22,9 mil empregos líquidos. E isto apesar de Sócrates ter anunciado, com a incompetência que o caracteriza quando fala de temas económicos, que a crise tinha chegado ao fim. É evidente que a continuar este elevada destruição de emprego liquido, em Setembro de 2009 no lugar de termos mais 150.000 novos postos de trabalho como Sócrates prometeu, teremos sim é menos 150.000. O que está a suceder é dramático, pois a economia portuguesa não só não está a criar emprego para aqueles que entram de novo no mercado de trabalho, mas está sim a destruir o emprego de muitos que o tinham. É por isso que o desemprego vai continuar a disparar.
NUM ANO APENAS O NÚMERO DE EMPREGOS OCUPADOS POR TRABALHADORES COM O ENSINO BÁSICO OU MENOS DIMINUIU EM 234,9 MIL
O desemprego não está a atingir uniformemente os trabalhadores com nível de escolaridade diferentes como mostram os dados do INE constantes do quadro seguinte.
| | | | ||||||
| | | | | | | | ||
| |||||||||
Até ao básico - 3º ciclo | HM | 3 705,1 | 3 663,4 | 3 627,5 | 3 577,9 | 3 476,4 | 3 428,5 | -276,6 | -234,9 |
H | 2 108,0 | 2 079,6 | 2 068,5 | 2 040,5 | 1 966,2 | 1 942,7 | -165,3 | -136,9 | |
M | 1 597,1 | 1 583,8 | 1 559,1 | 1 537,5 | 1 510,2 | 1 485,8 | -111,3 | -98,0 | |
Secundário e pós-secundário | HM | 740,5 | 788,5 | 804,1 | 794,8 | 817,1 | 837,4 | 96,9 | 48,9 |
H | 381,0 | 412,1 | 415,1 | 416,4 | 421,4 | 428,1 | 47,1 | 16,0 | |
M | 359,5 | 376,4 | 389,0 | 378,4 | 395,7 | 409,3 | 49,8 | 32,9 | |
Superior | HM | 686,5 | 776,2 | 764,2 | 803,5 | 805,5 | 810,3 | 123,8 | 34,1 |
H | 278,1 | 316,6 | 309,4 | 327,5 | 330,9 | 332,0 | 53,9 | 15,4 | |
M | 408,4 | 459,6 | 454,8 | 476,0 | 474,6 | 478,3 | 69,9 | 18,7 |
No período compreendido entre o 2º Trimestre de 2008 e o 2ª Trimestre de 2009, portanto num ano apenas, o número de postos de trabalho ocupados por trabalhadores com o ensino básico ou menos diminuiu em 234,9 mil (276,6 mil se se considerar o período 2005/2009 de Sócrates), o que inevitavelmente determinou que uma parte significativa destes trabalhadores (os que não se reformaram ou não conseguiram encontrar emprego, mesmo de pior qualidade e mais mal pago do que aquele que tinham), caíram na situação de desemprego. È evidente que estes trabalhadores terão muitas dificuldades em arranjar novo emprego, e se não receberem subsídio de desemprego cairão certamente na situação de miséria (35% já viviam abaixo do limiar da pobreza em 2008- INE ).
Durante o mesmo período (2º Trim1008/2ºTrim2009) o número de trabalhadores empregados com o ensino secundário aumentou em 48,9 mil, e com formação superior subiu em 34,1 mil. Está-se assim a registar em Portugal uma reestruturação dramática do emprego por níveis de ensino porque realizado num período extremamente curto (um ano apenas). Entre o 2º Trimestre de 2005 e o 2º Trimestre de 2008, portanto em 3 anos, a percentagem da população empregada com o ensino básico ou menos diminuiu de 72,2% para 70,1%, ou seja, à media anual 0,7 pontos percentuais (13,9 mil por ano), enquanto no último ano, portanto num ano apenas, diminuiu 2,5 pontos percentuais (234,9 mil num único ano) ou seja, 16,9 vezes mais.
NUM ANO APENAS O NÚMERO DE EMPREGOS OCUPADOS POR OPERÁRIOS DIMINUIU EM 115,2 MIL
Por profissões também algumas estão a ser mais afectadas pelo desemprego do que outras, como revelam os dados do INE constantes do quadro seguinte
Profissão (CNP-94) | | | | | 2T2008 | 2T2005 |
| ||||||
1: Quadros superiores da Administração Pública, dirig. e quadros superiores de empresa | HM | 494,6 | 304,6 | 351,0 | 46,4 | - 143,6 |
H | 325,4 | 210,0 | 241,5 | 31,5 | - 83,9 | |
M | 169,2 | 94,6 | 109,5 | 14,9 | - 59,7 | |
2: Especialistas das profissões intelectuais e científicas | HM | 433,2 | 465,5 | 488,6 | 23,1 | 55,4 |
H | 183,7 | 205,0 | 215,6 | 10,6 | 31,9 | |
M | 249,4 | 260,5 | 273,0 | 12,5 | 23,6 | |
3: Técnicos e profissionais de nível intermédio | HM | 435,5 | 481,5 | 488,0 | 6,5 | 52,5 |
H | 247,0 | 251,7 | 264,7 | 13,0 | 17,7 | |
M | 188,5 | 229,9 | 223,3 | - 6,6 | 34,8 | |
4: Pessoal administrativo e similares | HM | 508,7 | 471,2 | 481,6 | 10,4 | - 27,1 |
H | 185,5 | 183,8 | 172,9 | - 10,9 | - 12,6 | |
M | 323,2 | 287,3 | 308,7 | 21,4 | - 14,5 | |
5: Pessoal dos serviços e vendedores | HM | 680,6 | 796,8 | 790,8 | - 6,0 | 110,2 |
H | 223,5 | 260,7 | 243,3 | - 17,4 | 19,8 | |
M | 457,1 | 536,2 | 547,5 | 11,3 | 90,4 | |
6: Agricultores e trabalhadores qualificados da agricultura e pescas | HM | 559,7 | 571,2 | 538,9 | - 32,3 | - 20,8 |
H | 273,8 | 287,3 | 278,9 | - 8,4 | 5,1 | |
M | 285,9 | 283,9 | 260,0 | - 23,9 | - 25,9 | |
7: Operários, artífices e trabalhadores similares | HM | 940,3 | 1 034,1 | 918,9 | - 115,2 | - 21,4 |
H | 739,5 | 830,3 | 752,2 | - 78,1 | 12,7 | |
M | 200,8 | 203,7 | 166,6 | - 37,1 | - 34,2 | |
8: Operadores de instalações e máquinas e trabalhadores da montagem | HM | 415,8 | 391,2 | 400,3 | 9,1 | - 15,5 |
H | 340,9 | 328,1 | 321,7 | - 6,4 | - 19,2 | |
M | 75,0 | 63,1 | 78,6 | 15,5 | 3,6 | |
9: Trabalhadores não qualificados | HM | 636,5 | 679,4 | 588,7 | - 90,7 | - 47,8 |
H | 222,1 | 222,1 | 186,3 | - 35,8 | - 35,8 | |
M | 414,3 | 457,3 | 402,4 | - 54,9 | - 11,9 | |
0: Forças Armadas | HM | 27,2 | 32,6 | 29,3 | - 3,3 | 2,1 |
Entre o 2º Trimestre de 2008 e o 2º Trimestre de 2009, a destruição de emprego líquido em Portugal atingiu 151,9 mil. No entanto, se a análise for feita por profissões conclui-se que 115,2 mil diziam respeito a empregos ocupados por "Operários, artífices e trabalhadores similares" e 90,7 mil por "Trabalhadores não qualificados". Como a soma dá 205,9 mil, portanto mais 54 mil do que o emprego liquido destruído neste período, que foi 151,9 mil, isto significa que existiram profissões onde se verificou aumento do emprego (Quadros superiores: +46,4 mil; Especialistas: +23,1 mil, etc.). Portanto, está a verificar também uma forte reestruturação do emprego em Portugal a nível de profissões, com consequências também dramáticas, porque muitos destes trabalhadores dificilmente serão reciclados para novas profissões.
O EMPREGO LÍQUIDO DIMINUIU EM 121,3 MIL NA INDÚSTRIA TRANSFORMADORA DURANTE O GOVERNO DE SÓCRATES, CONSEQUÊNCIA DA DESINDUSTRIALIZAÇÃO CRESCENTE DO PAÍS
Durante o governo de Sócrates verificou-se uma destruição elevada de emprego liquido na industria como revela o quadro seguinte, construído com dados divulgados pelo INE.
| | | | | 2T2008 | 2T2005 |
| ||||||
A a B: Agricultura, silvicultura e pesca | HM | 604,6 | 587,4 | 551,3 | - 36,1 | -53,3 |
H | 298,6 | 298,9 | 280,5 | - 18,4 | -18,1 | |
M | 306,0 | 288,5 | 270,7 | - 17,8 | -35,3 | |
C a F: Indústria, construção, energia e água | HM | 1 565,9 | 1 539,6 | 1 444,6 | - 95,0 | -121,3 |
H | 1 130,0 | 1 126,9 | 1 052,9 | - 74,0 | -77,1 | |
M | 435,9 | 412,7 | 391,7 | - 21,0 | -44,2 | |
D: Indústrias transformadoras | HM | 973,1 | 906,3 | 863,6 | - 42,7 | -109,5 |
F: Construção | HM | 549,7 | 558,7 | 513,5 | - 45,2 | -36,2 |
G a Q: Serviços | HM | 2 961,5 | 3 101,0 | 3 080,3 | - 20,7 | 118,8 |
H | 1 338,5 | 1 382,5 | 1 369,4 | - 13,1 | 30,9 | |
M | 1 623,0 | 1 718,5 | 1 710,9 | - 7,6 | 87,9 |
No período compreendido entre o 2º Trimestre de 2005 e o 2º Trimestre de 2009, o emprego liquido diminuiu em Portugal em 55,8 mil, mas o emprego liquido na "Industria, construção, energia e água" reduziu-se em 121,3 mil, sendo 77,1 mil na industria Transformadora, o que é uma consequência da rápida e crescente desindustrialização do País. No período 2ºT2008 a 2ºT2009, a destruição de emprego liquido no País atingiu 151,9 mil, no entanto 95 mil foram na "industria, construção, energia e água, sendo 74 mil na Indústria Transformadora.
OS GRUPOS ETÁRIOS MAIS ATINGIDOS PELA DESTRUIÇÃO LÍQUIDA DE EMPREGO TÊM SIDO OS TRABALHADORES DOS ESCALÕES 15-24 E 25-45 ANOS
Os grupos etários não têm sido afectados de uma forma igual pela destruição líquida de emprego, como mostra o quadro seguinte construído com dados divulgados pelo INE
População empregada | | | |||||
| | | | | 2T2008 | ||
| |||||||
Dos 15 aos 24 anos | HM | 432,0 | 422,7 | 411,0 | 387,7 | 378,2 | - 53,8 |
H | 245,5 | 235,2 | 230,9 | 208,7 | 202,1 | - 43,4 | |
M | 186,5 | 187,5 | 180,1 | 179,1 | 176,1 | - 10,4 | |
Dos 25 aos 34 anos | HM | 1 348,2 | 1 325,6 | 1 329,5 | 1 302,3 | 1 290,4 | - 57,8 |
H | 719,5 | 706,4 | 709,3 | 687,7 | 684,8 | - 34,7 | |
M | 628,7 | 619,1 | 620,2 | 614,6 | 605,6 | - 23,1 | |
Dos 35 aos 44 anos | HM | 1 329,3 | 1 333,6 | 1 324,0 | 1 323,2 | 1 323,5 | - 5,8 |
H | 700,0 | 705,2 | 698,9 | 692,8 | 689,7 | - 10,3 | |
M | 629,4 | 628,4 | 625,1 | 630,4 | 633,8 | 4,4 | |
Dos 45 aos 64 anos | HM | 1 792,7 | 1 787,8 | 1 788,8 | 1 771,7 | 1 770,2 | - 22,5 |
H | 961,7 | 967,1 | 967,2 | 957,4 | 954,4 | - 7,3 | |
M | 830,9 | 820,7 | 821,6 | 814,3 | 815,8 | - 15,1 | |
Com 65 e mais anos | HM | 325,9 | 326,1 | 323,1 | 314,2 | 313,9 | - 12,0 |
H | 181,7 | 179,0 | 178,2 | 172,0 | 171,8 | - 9,9 | |
M | 144,2 | 147,1 | 144,9 | 142,2 | 142,1 | - 2,1 |
Entre o 2º Trimestre de 2008 e o 2º Trimestre de 2009, portanto apenas num ano, a destruição liquida de emprego atingiu 151,9 mil, tendo o numero de empregos de trabalhadores com idade compreendida entre os 15 e 24 anos diminuído em 53,8 mil, e os com idade entre os 25 e 34 anos baixado em 57,8 mil, que somados dão 111,6 mil, o que representa 73,5% do desemprego destruído durante este período. Parece assim claro que os grupos etários mais afectados pela destruição líquida de emprego têm sido, em primeiro lugar, os com idade entre os 25 e 34 anos e, depois, o grupo entre os 15 e 24 anos, portanto os mais jovens.
O DESEMPREGO EFECTIVO CONTINUA MUITO ACIMA DO DESEMPREGO OFICIAL
É evidente que esta destruição líquida elevada de emprego, que está a atingir de uma forma diferenciada os diferentes grupos da população fez disparar o desemprego no nosso País. O quadro seguinte, construído também com dados todos eles constantes das Estatísticas do Emprego do INE, mostra que o verdadeiro valor do desemprego em Portugal é certamente muito superior ao desemprego oficial.
| | ||||
| | | | | |
POPULAÇÃO ACTIVA – Mil | 5 531,3 | 5 586,4 | 5 638,0 | 5 583,9 | 52,6 |
População Activa+Inactivos disponíveis – Mil | 5607,2 | 5670,2 | 5702,7 | 5648,1 | 40,9 |
DESEMPREGO OFICIAL – Mil | 399,3 | 429,7 | 409,9 | 507,7 | 108,4 |
Inactivos Disponíveis – Mil | 75,9 | 83,8 | 64,7 | 64,2 | -11,7 |
Subemprego Visível – Mil | 64,4 | 62,6 | 72,1 | 63,3 | -1,1 |
DESEMPREGO EFECTIVO – Mil | 539,6 | 576,1 | 546,7 | 635,2 | 95,6 |
TAXA OFICIAL DE DESEMPREGO – % | 7,2% | 7,7% | 7,3% | 9,1% | 1,9 p.p. |
TAXA EGECTIVA DE DESEMPREGO – % | 9,6% | 10,2% | 9,6% | 11,2% | 1,6 p.p. |
No 2º Trimestre de 2009, o desemprego oficial era de 507.700 o que correspondia a uma taxa de desemprego de 9,1%. No entanto, se adicionarmos ao desemprego oficial, os "inactivos disponíveis" (desempregados que não procuraram emprego durante a semana em que foi feito o inquérito e que, por isso, não foram considerados no desemprego oficial, apesar de estarem desempregados) mais o "subemprego visível" (desempregados que fazem biscates para sobreviver e que também por isso não foram incluídos no desemprego oficial); repetindo, se adicionarmos ao desemprego oficial, os "inactivos disponíveis" e o subemprego visível obtém-se 635,2 mil desempregados, o que corresponde já a uma taxa de desemprego de 11,2%.
Se a análise do desemprego for feita por idades constata-se que, entre o 2º Trimestre de 2008 e o 2º Trimestre de 2009, no grupo 15-24 anos o desemprego aumentou 20,5% (+14,8 mil); no grupo 25-34 anos cresceu 31,6% (+37,6 mil); no grupo 35-44 anos subiu 19,5% (+18,8 mil); e no grupo com mais de 45 anos aumentou em 21,6% (+26,5 mil). Portanto, o grupo que está a ser mais afectado pelo desemprego é o de 25 a 34 anos, e o com mais de 45 anos, portanto potencialmente os com maior capacidade produtiva.
Se a análise for feita por níveis de escolaridade consta-se que, entre o 2º Trimestre de 2008 e o 2º Trimestre de 2009, o desemprego de trabalhadores com o ensino básico ou menos cresceu em 23,9% (+ 70,7 mil); os com o ensino secundário subiu em 37% (+24,4 mil), e com o ensino superior aumentou em 5,9% (+2,8 mil). Percentualmente o que cresceu mais foi com o nível de escolaridade correspondente ao ensino secundário, mas, em valor absoluto, os com o ensino básico ou menos.
Por duração na situação de desemprego, constata-se que, no 2º Trimestre de 2009, 5,3% estavam no desemprego há menos de um mês; 33,1% entre 7 e 11 meses; 19% entre um ano e dois anos; e 27,3% do desempregado há mais de dois anos. Os desempregados que estavam há mais de um ano na situação de desemprego representavam 46,3% do total ( 235,2 mil).
O NUMERO DE DESEMPREGADOS SEM SUBSIDIO DE DESEMPREGO TEM AUMENTADO
O número de desempregados que não recebem subsidio de desemprego aumentou no último ano – Junho2008/Junho2009 - como mostra o quadro seguinte, construído com dados divulgados pelo INE e pelo Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social.
| Nº | Nº | Nº | | |
| | ||||
Junho de 2008 | 409.900 | 546.700 | 251.402 | -158.498 | -295.298 |
Setembro de 2008 | 433.700 | 246.696 | -187.004 | ||
Dezembro de 2008 | 437.600 | 254.667 | -182.933 | ||
Março de 2009 | 495.800 | 299.236 | -196.564 | ||
Junho de 2009 | 507.700 | 635.200 | 323.255 | -184.445 | -311.945 |
AUMENTO -Junho2008/Junho2009 | + 97.800 | + 88.500 | + 71.853 | + 25.947 | + 16.647 |
Entre Junho de 2008 e Junho de 2009, o desemprego oficial aumentou de 409,9 mil para 507,7 mil (+97,8 mil), o desemprego efectivo subiu de 546,7 mil para 635,2 mil (+ 88,5 mil), mas o numero de desempregados a receber subsidio de desemprego cresceu apenas em 71,8 mil, pois passou de 251,4 mil para 323,2 mil. Como consequência o numero de desempregados sem receber subsidio de desemprego aumentou em + 25.947 se se considerar o desemprego oficial, e em mais 16.647 se se considerar o desemprego efectivo.
Em Junho de 2009., segundo o Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social, dos 323.255 desempregados estavam a receber subsídio de desemprego apenas 223.441 (subsidio médio: 521 euros), recebendo os restantes – 99.814 – o subsidio social de desemprego de valor muito inferior (subsidio médio: 334 euros).
Em resumo, como consequência da elevada destruição de emprego liquido que se está a verificar em Portugal, com o consequente disparo do desemprego, são os sectores mais fragilizados da sociedade portuguesa – trabalhadores com um nível de escolaridade igual ou inferior ao ensino básico; os operários e os trabalhadores não qualificados; a indústria e os trabalhadores com idade superior aos 45 35 anos - que estão a ser mais afectados pelo desemprego e pela falta de protecção social. É urgente alargar o subsidio de desemprego como este governo fez, e não o subsidio social de desemprego a mais desempregados, e prolongar a sua duração, assim como promover a criação de mais emprego, nomeadamente através do investimento público de efeitos rápidos no combate ao desemprego.
Sem comentários:
Enviar um comentário