A divulgação da estimativa relativa ao desemprego no 2º trimestre de 2009 indica um agravamento do desemprego, quer em termos homólogos quer em termos trimestrais.
A CGTP-IN salienta que, nos dados hoje divulgados, não são desagregados os inactivos disponíveis, pelo que o número do desemprego real é ainda mais elevado que os 507,7 mil desempregados. O crescimento do desemprego, segundo a taxa oficial, ultrapassou os 9% o que representa um aumento de mais de 97,8 mil desempregados num só ano e, 11,9 mil nos últimos três meses.
Esta taxa de desemprego verificada no primeiro semestre de 2009, é já uma das mais elevadas dos últimos 30 anos.
Ao aumento do desemprego junta-se a redução do emprego, com menos 151,9 mil empregos num ano e perto de 30 mil nos últimos três meses. Neste âmbito, é com profunda preocupação que se consta a fortíssima redução de postos de trabalho na indústria, construção energia e água, com menos 95 mil empregos, 42 mil dos quais destruídos no sector produtivo e mais de 45 mil na construção.
O ténue sinal de inversão da tendência de quebra do produto não teve assim efeitos na espiral de destruição de postos de trabalho, espelhando deste modo a ineficácia das medidas que, de forma avulsa, vêm sendo tomadas.
Para a CGTP-IN a inversão da situação de crise com que o país hoje se confronta tem de ser medida por uma efectiva alteração das condições de vida dos trabalhadores e da generalidade da população, na criação de trabalho com direitos, na estabilidade profissional, no aumento do poder de compra da população, no acesso a bens e serviços Constitucionalmente garantidos, como a protecção no desemprego, doença, acesso à educação e cuidados médicos entre outros indicadores.
Neste quadro, a não inversão do sentido das políticas, apenas beneficia uma pequena minoria que nestes tempos de crise vê os seus rendimentos aumentar, enquanto que:
- À maioria é negado o emprego, com especial incidência no desemprego juvenil com uma taxa próxima dos 19%, tendo desemprego entre os jovens com idade entre os 15 e os 34 anos subido em mais 52,4 mil;
- A precariedade se confirma como uma autêntica antecâmara do desemprego, sendo a principal causa para o seu continuado crescimento, constatando-se que, mesmo num quadro de não renovação dos contratos a prazo, a precariedade continua a abranger mais de 1 em cada 5 assalariados;
- A pressão para redução dos salários se intensifica, agravando a desigualdade social e acentuando o desequilibro na repartição do rendimento;
- O acesso a prestações sociais, nomeadamente de desemprego, marginaliza cada mais trabalhadores deixando sem qualquer apoio cerca de 300 mil desempregados.
A situação de degradação das condições económicas e sociais que os dados hoje divulgados revelam exigem a tomada de medidas efectivas de protecção do emprego, de protecção dos milhares de trabalhadores em situação de desemprego, ao mesmo tempo que deixam claro a necessidade de inversão das opções políticas que vêm sendo prosseguidas em termos de modelo de desenvolvimento económico, conforme proposto recentemente CGTP-IN aos partidos políticos e à sociedade portuguesa.
A adopção de medidas que se traduzam numa verdadeira melhoria das condições e de trabalho da população, conforme a CGTP-IN vem propondo, é uma exigência pela qual continuará a lutar.
CGTP-IN - 14.08.2009
1 comentário:
Olá,
Sou um leitor do espaço de vocês e acompanho há algum tempo o conteúdo do vosso blog/site.
Hoje vi no Estado de São Paulo um anúncio sobre a proibição de venda do Speedy que pode provocar demissões no setor de telefonia e fiquei um pouco preocupado, afinal esse setor é um dos que mais empregam no Brasil.
Fui procurar um pouco mais e acabei esbarrando nesse vídeo. Não sei onde isso foi gravado, mas as palavras do prefeito também puxam sobre esse lado de emprego. Acho interessante se vocês comentassem um pouco sobre isso, pois toca em algo bastante sensível...
http://www.youtube.com/watch?v=N2XsPTsK4SM
um abraço,
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