Os dados divulgados pelo IEFP sobre os número de trabalhadores inscritos nos Centros de Emprego revelam um agravamento generalizado quer em termos homólogos, quer no que diz respeito à variação mensal. Há mais 114 907 desempregados que em Julho de 2008 e 6 863 que no mês de Junho registados pelos IEFP.
No mês de Julho inscreveram-se 60 160 novos desempregados, cerca de 2 000 por dia.
Com a excepção do ano de 2007, o número de inscritos nos Centros de Emprego desde 2005 vinha decrescendo durante o mês de Julho face a Junho, fruto do efeito do emprego sazonal. Desta forma o aumento de 1,3% do número de desempregados no mês de Julho tenderá a agravar-se nos próximos meses, tendo em conta a quebra do efeito sazonal, com tradução directa na degradação das condições de vida de mais famílias portuguesas.
A CGTP-IN constata, com profunda preocupação, a situação que se vive na generalidade dos sectores económicos, com especial incidência do flagelo do desemprego no sector dos serviços e no sector da indústria.
Por outro lado, analisando a evolução do desemprego, verifica-se que o agravamento da situação económica se faz sentir com forte intensidade no sector produtivo, com o desemprego dos “operários e trabalhadores similares da indústria extractiva e construção civil” a crescer mais de 93% e o dos “trabalhadores da metalurgia, metalomecânica e similares” mais de 63% em um ano.
O desemprego registado continua a penalizar fortemente os jovens, ao aumentar num ano 32% - mais 15 359 jovens desempregados e, num só mês 632 - mais 1%.
Cada vez mais a precariedade é a principal responsável pelo aumento do desemprego, considerando que 41% dos novos inscritos nos Centros de Emprego resultam da não renovação de contratos temporários.
De realçar, ainda, que no mês de Julho foram eliminados dos ficheiros do IEFP 46 835 inscritos, situação que a CGTP-IN exige que seja esclarecida.
Os dados divulgados pelo INE que revelam a existência de mais de 635.000 desempregados, conjugados com os divulgados pelo IEFP, que evidenciam uma tendência para o aumento do desemprego generalizada sem a atenuante da sazonalidade, são elucidativos da insuficiência das medidas que vêm sendo adoptadas.
Como se verifica, a propalada estabilidade da evolução do desemprego não passa de uma mistificação. Ao contrário do que o Primeiro Ministro afirmou, o combate ao desemprego não passa pelo “sangue frio”, mas pela ruptura com as políticas seguidas e a implementação de um conjunto de medidas que reforcem, no imediato, a protecção social dos desempregados, dinamizem a economia com vista à criação de mais e melhor emprego e respondam às necessidades e anseios dos trabalhadores e dos seus agregados familiares.
CGTP-IN - 18.08.2009
Sem comentários:
Enviar um comentário