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14/07/2009

Covilhã: Sindicato defende viabilização da Vesticon

O Sindicato Têxtil da Beira Baixa (STBB) defendeu hoje a viabilização da empresa têxtil Vesticon a par do pagamento das dívidas a cerca de 200 trabalhadores, num montante que diz ascender a 500 mil euros.

Luís Garra, presidente do STBB, acusa a empresa de ter pressionado trabalhadoras para as levar a abdicar de 20 por cento do dinheiro que lhes é devido, acusação desmentida por um administrador da Vesticon.

A administração pediu a insolvência da empresa no início de Abril, alegando falta de encomendas. Na altura empregava 200 pessoas, hoje 60 continuam a laborar, enquanto outras têm contratos suspensos ou rescisões em curso, segundo o STBB.

Até final do mês, dois credores que representam cerca de 40 por cento dos créditos (BPN e Caixa Geral de Depósitos) vão votar por escrito a proposta de viabilização.

O plano prevê a entrada no capital social de um grupo inglês e manutenção de cerca de 80 postos de trabalho, com aumento progressivo nos próximos anos.

Outros 40 por cento dos credores já votaram a favor do plano na assembleia de credores de segunda-feira, em que o STBB esteve ausente por recear a proposta de uma redução do que é devido aos trabalhadores.

“Não querendo inviabilizar, também não poderiam dar cobertura à retirada de 20 por cento do valor dos seus créditos, que poderia aparecer como adenda” e condição para a viabilização, disse hoje Luís Garra.

Segundo o sindicalista já “houve pressões para que os trabalhadores aceitassem esse perdão” de parte da dívida, acusação desmentida à Agência Lusa por Claudino Martins, da administração.

“Isso nem sequer se insinuou”, referiu. Reconhece que há divergências nos valores reclamados, mas sublinha o plano que está em cima da mesa. “O princípio é da redução dos créditos em 20 por cento, mas há situações especiais: trabalhadores e Segurança Social” em que não haverá reduções.

Segundo Claudino Martins, a empresa “tem de facto dois meses de salários em atraso, mas ao longo dos anos tem-se comportado com seriedade" e pautado "pelo cumprimento integral da lei”.

“Eu não quero que a empresa feche, porque preciso de trabalhar, mas também quero que paguem as dívidas em atraso”, disse à Agência Lusa, Lídia Clemente, uma das trabalhadoras.

“O que desejamos sinceramente é que a empresa tenha capacidade de convencer os credores a viabilizar a empresa”, sendo que a continuidade da fábrica deverá ser decidida no Tribunal da Covilhã dentro de 10 dias.

“Nós continuamos à disposição para negociar um plano de pagamento” das dívidas aos trabalhadores, concluiu Luís Garra.

D.D. - 14.07.09

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