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14/03/2009

Qimonda pode mandar 800 para casa em Abril

A unidade de Vila do Conde da Qimonda pode mandar para o lay-off mais de 800 trabalhadores, já a partir do fim do mês, face ao anúncio da suspensão da produção em Dresden, a partir de 1 de Abril.

"Oficialmente disseram-nos que, a partir de Abril, poderá haver redução de produção e não dizem mais nada. Mas o que se comenta é que os planos de produção [já feitos para o mês de Abril] prevêem uma redução de seis para dois milhões de chips por semana e que mais de 800 pessoas vão para casa", afirmou, ontem, ao JN, Anabela Paiva, funcionária da Qimonda há três anos.

Numa situação normal, a produção em Vila do Conde é de 14 milhões. Desde 23 de Janeiro, altura em que a Qimonda AG se apresentou à insolvência, a produção vem oscilando entre os quatro e os seis milhões, com paragens totais ao fim-de-semana.

Num plano que os trabalhadores dizem já estar gizado, prevê-se o recurso ao lay-off - suspensão temporária da laboração em que a Segurança Social comparticipa os salários - para reduzir despesas, enviando para casa mais de 800 trabalhadores.

Na unidade de Vila do Conde, o clima é "cada vez pior": "Parece que não se lembram que é o nosso futuro que está em jogo", dizem os trabalhadores, criticando a administração portuguesa, que nada diz a quem vê, quase todos os dias, colegas a ir embora: "Acabam os contratos não renovam, dispensaram pessoal… Já somos cerca de1300 e não os 1700 de há dois meses", dizem.

Sem querer revelar o nome por medo de represálias, outros lamentam que se esteja há dois meses "a obrigar o pessoal a meter férias, por não haver trabalho".

Ao JN, a Qimonda Portugal diz apenas que "está a ser avaliado o impacto" da decisão na unidade de Vila do Conde.

A Qimonda AG admitiu, ontem, em comunicado, que o objectivo de encontrar uma solução para a multinacional alemã até ao final de Março falhou, pelo que a produção na unidade de Dresden - o fornecedor de matéria-prima a Portugal -, no estado da Saxónia (Alemanha), será "gradualmente reduzida e totalmente suspensa a 31 de Março". Os trabalhadores serão transferidos para outra empresa não especificada, e "as negociações com potenciais investidores" são para continuar.
J.N. - 14.03.09

1 comentário:

Anónimo disse...

É grave a situação da Qimonda para Portugal. Tecnológicas têm sido importantes no país e esta é das grandes. Portugal possui excelentes empresas médias e pequenas em T.I., mas o problema sempre foi falta de capital. E a Alemanha parece ser seu maior investidor, assim com em Espanha. AutoEuropa-VW, Bosch e outras são a maior riqueza exportadora, junto à Efacec e Sonae. Por isto, poupar é fundamental, com fazem os alemães e sempre fizeram. Em crises, compram tudo: Rolls Royce, Chrysler e outras. Preocupante ler que portugueses querem se reformar(aposentar-se) cada vez mais cedo. Muito preocupante! Mais gastos e menos produtividade.

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