"Ao contrário do que foi prometido sobre o aumento do emprego, observamos que houve um agravamento significativo do desemprego, processo que se foi desenvolvendo e que é aprofundado agora com exposição no final de 2008 numa situação de crise generalizada", considerou o secretário-geral da Intersindical, Manuel Carvalho da Silva.

Fazendo o balanço da governação PS, Carvalho da Silva apontou, em conferência de imprensa, uma segunda falha referente ao "agravamento da precariedade do trabalho".

"Não há o mínimo de respeito pela dignidade humana. No trabalho, as pessoas são tratadas como coisas sem valor e verificamos que na actuação governamental ao logo destes quatro anos houve opções que levaram ao aumento da precariedade e situações muito concretas que mostram que os trabalhadores saõ considerados no final da escala quando se trata de olhar para o que têm que ser os grandes investimentos na sociedade", denunciou Carvalho da Silva.

E porque "a qualidade do emprego e a atenção dada às pessoas no trabalho diminuiu", o secretário-geral da CGTP apelou à "unidade e solidariedade" de todos os trabalhadores para que participem na manifestação nacional de sexta-feira.

"A manifestação será uma mensagem muito forte de exigência e de empenho na solidariedade de todos os portugueses (...), é manifestação de indignação perante os sacrifícios e resultados obtidos e as práticas do Governo, mas é uma mensagem de esperança e de confiança", disse.

Carvalho da Silva culpou ainda o Governo pelo agravamento da situação do desemprego entre os jovens, em particular os menores de 25 anos, cuja taxa de desemprego era de 18 por cento no final de 2008.

"Em Portugal, mais do que na generalidade dos países, os trabalhadores jovens têm trabalho precário, a prazo, não por opções, não por adaptação do tipo de vida, mas sim porque não têm alternativa", referiu.

Entre os 25 e os 34 anos, a taxa era de 8,9 por cento. Entre as mulheres dos 15 aos 34 anos a taxa de semprego é de 13,6 por cento, segundo a CGTP.

Em Janeiro de 2009 mais de 70 mil novos desempegados dirigiram-se aos centros de emprego, número superior ao registado no mesmo mês de 2008, referiu Carvalho da Silva.

Com a primeira manifestação nacional do ano, em defesa de novas políticas económicas e sociais, o secretário-geral da Intersindical, Carvalho da Silva disse esperar uma adesão "igual ou superior" às grandes manifestações dos últimos anos.

A manifestação nacional tem como lema "Mudar de Rumo, mais emprego, salários, direitos" e tem como objectivo defender melhores condições de vida e de trabalho para os portugueses.

No ano passado a CGTP promoveu duas manifestações nacionais, uma em Junho e outra em Outubro, e acções de activistas sindicais (também a nível nacional) em Julho, Setembro, Outubro e Novembro.
SIC Notícias - 12.03.09