A Jotex avançou com o pedido de insolvência mas os cerca de 60 funcionários da fábrica de malhas de Espinho continuam em vigília à porta da empresa, disse hoje à Lusa fonte sindical.
A fonte salientou que os trabalhadores querem garantir que as máquinas não são vendidas antes de verem assegurados e pagos os seus direitos e realizada a assembleia de credores.
Arminda Neves, delegada sindical e funcionária da casa há quatro anos, explicou à Lusa as razões da vigilância à empresa: "os patrões tentaram tirar de lá as máquinas e fomos nós que o impedimos. Agora, criaram dentro da fábrica umas paredes em pladur e atrás esconderam as máquinas, para fazer de conta que elas não existem".
"Como a assembleia de credores só vai realizar-se dentro de dois meses", adiantou, "vamos continuar em vigília até nos dizerem o que é feito das máquinas".
O objectivo, disse, é impedir que esse equipamento possa ser "vendido ou transferido para outra empresa" antes que sejam assegurados os direitos dos trabalhadores, alguns com mais de 40 anos de serviço.
Os trabalhadores da Jotex reclamam também, da administração da empresa, a correcção das declarações a entregar à Segurança Social na sequência do processo de insolvência.
"Na papelada que nos deram para o fundo de desemprego", refere Arminda Neves, "só assinalaram 428 euros, que era o nosso ordenado, mas têm que declarar pelo menos o salário mínimo nacional, que é de 450 euros".
A Jotex esteve em funcionamento até dia 27 de Fevereiro, quando a administração da empresa comunicou ao pessoal que a produção ia ser suspensa até 16 de Março.
No dia seguinte, os trabalhadores detectaram que estavam a ser removidas máquinas e impediram a sua saída da fábrica.
Estão desde essa altura em vigília permanente à empresa, em grupos organizadores por turnos.
Os trabalhadores não têm salários em atraso.
RTP - 13.03.09
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