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14/03/2009

Carvalho da Silva: crise não é resultado de um vírus, mas das políticas

O secretário-geral da CGTP, Carvalho da Silva, afirmou hoje que a actual crise não é resultado da acção de um vírus, mas sim a expressão das práticas patronais e políticas seguidas nos últimos anos.

“A crise não é resultado de um vírus que nos contaminou. Os bloqueios a que se chama crise são a expressão dos resultados das práticas patronais e das políticas seguidas ao longo dos últimos anos”, afirmou Carvalho da Silva, na intervenção que fez perante muitas dezenas de milhares de manifestantes, na Praça dos Restauradores, em Lisboa.

O sindicalista afirmou que, para a “esmagadora maioria dos patrões”, a invocação da crise “vale para tudo”, apontando como exemplos, a “manipulação” dos horários de trabalho e o trabalho a recibos verdes.

Lembrando que este é o “ano de todas as eleições”, Carvalho da Silva sublinhou a necessidade de “mudanças e rupturas”, exigiu uma “governação séria” e apelou à participação nos protestos que terão lugar no Dia do Trabalhador.

“Grande primeiro de Maio

“Vamos realizar um grande 1º de Maio, com sentido ofensivo, colocando na ordem do dia os trabalhadores”, exortou o sindicalista.
“Queremos dizer que a mudança é possível, é urgente e necessária”, acrescentou, sublinhando que “o País precisa de uma mudança de rumo”.

Durante o seu discurso, Carvalho da Silva, fez um balanço dos quatro anos de governação do primeiro-ministro, José Sócrates, afirmando que os resultados da política do actual Executivo foram o aumento do desemprego, da precariedade, do “compadrio e da corrupção”, e a redução dos salários.

“Prometeram mais emprego e o que nós temos é mais desemprego, prometeram mais estabilidade e o que nós temos é mais precariedade”, disse o secretário-geral da CGTP, afirmando que o primeiro-ministro “conseguiu o feito de pôr Portugal a divergir seis anos da União Europeia”.

Os manifestantes concentrados esta tarde nos Restauradores, em Lisboa, aprovaram uma resolução, na qual se comprometem a realizar “uma grande jornada de luta no 1º de Maio”, a exortarem os jovens a agirem por “mais estabilidade, mais salários e mais emprego” e a “prosseguirem e intensificarem a acção e luta nos locais de trabalho dos sectores público e privado”.

Na manifestação desta tarde, que foi a primeira do ano, estiveram “mais de 200 mil trabalhadores e trabalhadoras”, de acordo com o secretário-geral da CGTP.

Sob o lema “Mudar de Rumo, mais emprego, salários e direitos”, a manifestação nacional promovida pela CGTP tinha como objectivo defender melhores condições de vida e de trabalho para os portugueses.

Público.pt - 13-03.09

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