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09/07/2009

Cimianto boicota viabilização

Da Cimianto, em Alhandra, os trabalhadores deslocaram-se, dia 1, ao escritório do advogado gestor do processo de insolvência, no Saldanha, em Lisboa, onde entregaram uma «tomada de posição» que condena a «inexplicável decisão de paragem na produção e a recusa de encomendas». O anúncio foi feito depois de nos terem garantido que a empresa tinha condições de viabilização», acusou, durante a concentração de protesto, o dirigente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Cerâmica, Cimentos e Similares do Sul e Regiões Autónomas, da CGTP-IN, Augusto Nunes.
Em declarações ao Avante!, o dirigente sindical garantiu que «a Cimianto é viável, mas a empresa argumentou com uma suposta quebra nas encomendas e aconselhou os trabalhadores a meterem os papéis para o fundo de desemprego». Segundo o documento aprovado na concentração, o administrador da insolvência decidiu parar a produção antes mesmo de a comissão de credores ter tomado posse e deu orientações ao sector de vendas para não aceitar mais encomendas. «Estamos perante um boicote da administração e do administrador da insolvência que recusam pôr em prática um plano de viabilização que seja aceite pela comissão de credores», acusou Augusto Nunes.
A Cimianto está totalmente paralisada, «embora tenha condições para continuar, mas não certamente com a actual administração», considerou o dirigente sindical, salientando que até os credores e fornecedores têm reconhecido que há uma boa carteira de encomendas.
No documento entregue a um empregado dos escritório do administrador da insolvência, que primou pela ausência, exige-se a suspensão da decisão de paralisar a produção, pelo menos até que tome posse a comissão de credores, e é reclamada a abertura de transacções no mercado espanhol.
Em resultado desta luta, aos 87 trabalhadores foram pagos os salários de Maio, durante a tarde do protesto, mas os de Junho continuam em atraso.
A Cimianto chegou a garantir 550 postos de trabalho, mas de há cerca de seis anos a esta parte tem reduzido progressivamente o quadro de pessoal.

Avante - 09.07.09

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