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09/07/2009

Maioria juízes não confia no programa informático

Um estudo da Associação Sindical dos Juízes Portugueses (ASJP) sobre a utilização do CITIUS revela que 60 por cento dos juízes não confiam na fiabilidade e segurança do programa informático

O estudo, a que a agência Lusa teve acesso e que será apresentado hoje, às 12h00, no Palácio de Justiça de Lisboa, refere que 79 por cento dos juízes inquiridos - que representam 13,3 por cento do total de profissionais que trabalham com o programa - consideram que o tempo gasto no despacho de expediente diário dos processos aumentou depois da utilização deste programa informático.

Segundo as conclusões do inquérito, que incidiu sobre os primeiros seis meses de utilização obrigatória do CITIUS nos tribunais cíveis, laborais e de família e menores, o tempo médio de cada despacho de expediente passou de 3,5 minutos para 7,5 minutos, sendo a "média do aumento do tempo gasto de 114 por cento".

O inquérito da ASJP aponta três razões para esse aumento de tempo, designadamente "inadequação do processador de texto, dificuldade no acesso, consulta e compreensão do processo desmaterializado e falhas e lentidão das ligações do sistema informático".

O estudo revela ainda que, com a utilização do programa, 79 por cento dos juízes "aumentaram o tempo médio gasto na compreensão da fase em que se encontra o processo e do despacho a proferir".

Por outro lado, 83,5 por cento dos juízes "avaliam negativamente a qualidade do processador de texto do sistema CITIUS".

O inquérito, de resposta anónima, foi enviado aos juízes em Maio e Junho, tendo sido consideradas 132 respostas, que representam 13,3 por cento do universo dos magistrados que neste momento trabalham obrigatoriamente com o CITIUS.

Esta iniciativa surgiu depois de terem sido reportados à ASJP problemas resultantes da utilização obrigatória deste sistema informático e da desmaterialização dos processos.

"Estas situações, várias e graves, permitem contrariar o discurso optimista do Ministério da Justiça e apontam, indiciariamente, para uma perda significativa de eficiência processual", considera a associação.

Destak.pt - 09.07.08

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