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15/06/2009

Crise faz aumentar interrupções da gravidez em Portugal

O número de Interrupções Voluntárias da Gravidez (IVG) aumentou em Portugal desde o início do ano, uma evolução que pode estar associado à crise económica, segundo responsáveis clínicos.

Só no Hospital Amadora-Sintra, que serve 700 mil habitantes, dos quais uma parte significativa tem dificuldades sócio-económicas, os abortos aumentaram cerca de 23% desde o início do ano, enquanto os nascimentos estão a diminuir, situando-se actualmente nos mil.

O presidente do conselho de administração do Hospital Dr. Fernando Fonseca (conhecido como Amadora Sintra), Artur Vaz, disse à Lusa que nos primeiros quatro meses deste ano foram realizadas 663 IVG através desta instituição.

As IVG que são solicitadas ao Hospital Amadora-Sintra são encaminhadas para clínicas privadas, embora pagas pelo hospital, uma vez que os médicos desta unidade de saúde são quase todos objectores de consciência.

O administrador não hesita em atribuir este aumento à crise e aos "receios de assumir uma gravidez não planeada" perante "cenários de instabilidade económica".

A mesma interpretação é feita pelo director executivo da Associação para o Planeamento da Família (APF), Duarte Vilar, para quem "há mais IVG em altura de crise".

O responsável explicou que isso acontece porque, nestas alturas de crise, "é menor a margem de aceitação de uma gravidez inesperada".

"Tem de se entender que as questões da maternidade e paternidade e a possibilidade de um novo filho são questões muito delicadas para a maior parte dos casais", afirmou.

Diário Económico - 15.06.09

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