À procura de textos e pretextos, e dos seus contextos.

18/06/2009

Autoeuropa:Chumbo "não é uma posição do acaso"

O secretário-geral da CGTP, Carvalho da Silva, manifestou-se hoje preocupado com os trabalhadores da Autoeuropa, mas considerou que "a sua posição não é uma posição do acaso", acreditando que estes saberão encontrar formas de lidar com a situação.

"Os trabalhadores da Autoreuropa são, seguramente, no seu conjunto, a entidade que melhor conhece a realidade da Autoeuropa e que melhor capta os sinais quanto ao futuro da empresa e, portanto, a sua posição não é uma posição do acaso", disse à Lusa carvalho da Silva, à margem da tomada de posse da Comissão de Igualdade entre Mulheres e Homens, em Lisboa.

Carvalho da Silva chamou a atenção para o facto de o volume geral dos salários na Autoeuropa pesar nos custos de produção "apenas cinco por cento".

"Portanto, não se pense que são as horas extraordinárias de meia dúzia de sábados num ano que têm influência nos custos de produção da Autoeuropa. Insistir nesta trapaça é um crime autêntico porque trata-se de uma margem mínima dos custos de produção", acentuou o dirigente da CGTP.

Certo de que "os trabalhadores saberão encontrar formas de resolver a actual situação", Carvalho da Silva salientou que "seguramente, estão todos preocupados com o emprego e procurarão fazer tudo para o defender".

"Mas também vimos o que aconteceu na OPEL há poucos anos atrás, os trabalhadores irem cedendo em nome da resolução dos problemas e depois vimos a empresa ir embora, não para reduzir custos, uma vez que foi para Espanha pagar mais 60 por cento dos salários que pagava aqui", lembrou ainda, reiterando a sua solidariedade com a posição tomada pela Comissão de Trabalhadores (CT).

Hoje, a CT da Autoeuropa apresentou à administração a rejeição pelos trabalhadores do pré-acordo para flexibilização laboral da empresa, realçando que continua a pretender salvaguardar 250 postos de trabalho em risco.

Os trabalhadores da Autoeuropa rejeitaram quarta-feira um pré-acordo laboral que previa uma redução do pagamento do trabalho extraordinário em seis sábados por ano como forma de aumentar a flexibilidade da empresa para enfrentar a crise do sector automóvel.

O pré-acordo laboral que tinha sido previamente negociado entre a administração e a CT previa uma redução no pagamento do trabalho em seis sábados por ano, desde que os trabalhadores já tivessem usufruído de mais do que os 22 'downdays' (dias sem produção) anuais.

Neste caso, em vez de receberem os sábados a 200 por cento, com um acréscimo de mais 25 por cento, como estava previsto no acordo de empresa, os trabalhadores passariam a receber seis sábados por ano como trabalho normal e a acumular seis horas positivas no saldo de tempo.

A aprovação do pré-acordo laboral teria garantido, desde logo, a manutenção do trabalho em dois turnos e de 250 postos de trabalho de 250 contratados, não se sabendo ainda qual será a posição da administração da Autoeuropa face à rejeição do pré-acordo laboral.

A Lusa tentou obter um comentário da administração da Autoeuropa, mas tal não foi possível até ao momento.

D.N. - 18.06.09

Sem comentários:

Related Posts with Thumbnails