De acordo com o Relatório sobre o Progresso da Igualdade de Oportunidades entre Mulheres e Homens no Trabalho, no Emprego e na Formação Profissional que hoje será apresentado no Parlamento, continua a existir uma acentuada assimetria na partilha do trabalho não pago entre homens e mulheres.
Segundo o documento, a que agência Lusa teve acesso, os homens dedicam em média 43 horas e meia semanais ao trabalho pago e menos de 9 horas e meia ao trabalho não pago.
As mulheres trabalham de forma remunerada 41 horas e seis minutos e não remunerada 25 horas e 24 minutos.
Contando com o tempo de deslocação para o trabalho e de regresso a casa os homens trabalham um total de 55 horas e 42 minutos enquanto as mulheres trabalham 69 horas.
Assim, as mulheres trabalham em média mais 13 horas por semana porque são as principais responsáveis pelas tarefas domésticas e pelos cuidados com as crianças e idosos.
O facto de as mulheres continuarem a ser as principais cuidadoras da familia faz com que continuem a ganhar menos que os homens e a estarem menos representadas nos lugares de decisão das empresas, embora a taxa de actividade feminina tenha aumentado consideravelmente nos últimos anos.
"Isto são questões estruturais que se combatem com fiscalização efectiva da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT), com trabalho de promoção dos direitos para a igualdade e com trabalho junto das empresas para que percebam a importância da igualdade de oportunidades para a própria produtividade da empresa", disse à Lusa a presidente da Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego (CITE), Catarina Marcelino.
"Por isso se está a tentar dar mais condições às famílias para melhor conciliarem a actividade profissional com a vida familiar e trazer o homem mais para esfera privada, partilhando as responsabilidades familiares com a mulher", acrescentou, lembrando a nova lei da parentalidade e o programa PARES, que levou a criação de novas creches e lares de idosos por todo o país.
Segundo Catarina Marcelino foram dados passos positivos para a promoção da igualdade de género entre 2006 e 2008 - período a que se refere o relatório - pois "as empresas estão a cumprir mais e os trabalhadores conhecem melhor os seus direitos".
"A prova disso é que as queixas apresentadas na CITE e na ACT diminuiram", afirmou.
O relatório que será hoje apresentado pelo secretário de Estado do Emprego é obrigatório, de acordo com um lei de 2001, e deveria ser anual mas só foi apresentado um em 2005.
Destak.pt - 18.06.09
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