Liga Portuguesa contra o Cancro teve mais 50% de pedidos de apoio de doentes no último ano, revelou o presidente Vítor Veloso. Assim, 1500 já estão a ser apoiados, mas 500 ainda esperam por auxílio para transporte, medicamentos e alimentação. Hoje, Linha Cancro lança a sua nova imagem.
Neste último ano, a Liga Portuguesa contra o Cancro (LPCC) registou um crescimento de 50% nos pedidos de ajuda económica de doentes oncológicos. São pessoas que na sua maioria vivem com o salário mínimo nacional e que, com a crise e doença, passaram a necessitar de apoios para o transporte para os hospitais onde recebem tratamento, para os medicamentos e para alimentação.
No total, a Liga está a apoiar 1500 famílias, o que representou, no último ano, uma verba de 200 mil euros só para ajudas económicas - mais 20% do que em 2007. Mas as verbas de que a entidade dispõe já não chegam para ajudar todos. Por isso há, pelo menos, mais cerca de 500 doentes à espera de auxílio, disse ao DN o presidente da LPCC, Vítor Veloso, sublinhando: "O que mais me custa é que são a chamada pobreza envergonhada. Gente que viveu normalmente, mas que a doença e a situação de crise os obrigou a pedir."
A sorte é que, em ano de crise, as receitas da Liga Portuguesa contra o Cancro também cresceram, admite. "O que faz acreditar que com ela algumas pessoas começaram a pensar mais no lado de lá da vida." O apoio económico será, assim, uma área prioritária para a LPCC nos próximos tempos. Mas não a única.
Alargar o ajuda psicoemocional aos doentes oncológicos e seus familiares e informar cada vez mais pessoas sobre o cancro, como uma forma de prevenir a doença, é outro dos seu objectivos. Por isso, investiu recentemente cerca de 65 mil euros, na renovação da imagem e na campanha de divulgação da Linha Cancro, que se inicia hoje na imprensa.
Criada há quase dois anos para "informar, tranquilizar, educar e esclarecer", não só os doentes de cancro mas também os seus familiares e outras pessoas que queiram saber algo sobre a doença, a Linha Cancro conta agora com o patrocínio da Sanofi Pasteur MSD.
O objectivo é tornar este serviço mais conhecido, explicou ao DN Vítor Veloso, acrescentando: "Gostaria que o número médio de 15 chamadas telefónicas diárias para o 808 255 255 triplicasse".
Até agora, de forma geral, um em cada três doentes obteve informação sobre linha no hospital. As patologias mais abordadas por quem liga para a Linha Cancro são o cancro da mama (30%), colo rectal (8%), próstata (6%), colo do útero (5%), pulmão (5%), estômago (4%), linfomas (3%) e leucemia (2%). Cerca de 15 % das chamadas têm como objectivo pedir esclarecimentos sobre outros tipos de cancro e cerca de 19% dos utentes não identificam a patologia.
À mudança de imagem da linha telefónica, a LPCC associou a criação de um e-mail para onde os doentes podem enviar os seus pedidos de informação (ver caixa).
A linha telefónica registou nos seus dois anos de existência 7222 chamadas, a maioria de mulheres a pedir apoio ou informação sobre o cancro da mama (ver caixa). Trata-se de um serviço assegurado por técnicos especializados, desde enfermeiros a psicólogos, que funciona entre as 09.00 e as 22.00 horas de segunda a sexta-feira. Ali, os utente podem saber como obter apoios sociais e psicológicos, conhecer os seus direitos de doentes oncológicos, informarem-se sobre sítios credenciados para receberem tratamento.
"O serviço criado na Net permite agora dar resposta a doentes ou familiares que não querem ter contacto oral com psicólogos sentindo-se mais seguros a expor as suas necessidades por escrito" , sublinha o presidente da LPCC.
D.N. - 16.06.09
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