O presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos (STI), Hélder Ferreira, denunciou hoje, em Fátima, a existência do aumento de contribuintes exemplares que não cumprem as suas obrigações fiscais.
"Os contribuintes que até agora eram cumpridores estão a ter dificuldades em cumprir as suas obrigações", disse à Agência Lusa Hélder Ferreira, à margem do XI Congresso do STI, explicando que a causa desta situação está na crise.
O dirigente referiu que a Administração Fiscal dá a possibilidade do pagamento dos deveres fiscais ser faseado, mas "há muito boa gente que pagaria a pronto que neste momento está a pedir o pagamento fraccionado".
"É o resultado da crise", reiterou o presidente do STI, que acrescentou: "Apesar de ter baixado a taxa de juro, há muita boa gente que anda a comer mal".
"Portanto, quem não tem dinheiro para comer não tem dinheiro para pagar impostos", alertou Hélder Ferreira.
O responsável disse ainda que, ao contrário do primeiro trimestre, se nota, no mês de Abril, uma redução nas receitas fiscais.
"O mês de Abril já está a fazer transparecer a crise que há-de vir aí", declarou, lembrando que os objectivos traçados para 2009 "foram-no ainda antes de se pensar na grande crise que vinha aí".
"Logicamente, como está a ser efectuada muita revisão em termos de números, esperamos que esses mesmos números venham a ser revistos", declarou o presidente do STI, que observou: "Se não forem revistos e se não os atingirmos, não poderá ser assacada a culpa aos trabalhadores, mas sim à crise".
Segundo Hélder Ferreira, os trabalhadores dos Impostos "não precisam de objectivos para trabalhar", pois têm demonstrado que os atingem.
"Ao tê-lo conseguido, é partir do princípio que quanto mais cobrarmos em termos de matéria que esteja em execução fiscal -- que são os incumpridores - mais leve deveria ser a carga para o cumpridor", considerou.
Hélder Ferreira sublinhou: "É isso que pretendíamos ver da Administração".
O XI Congresso do Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos reúne 250 participantes até sexta-feira e tem como ordem de trabalhos a análise da situação político-sindical actual e a discussão das propostas de alteração dos estatutos.
D.N. - 23.04.09
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