PS acusado de não contrariar agravamento

As duas centrais sindicais manifestaram hoje preocupação quanto ao aumento do desemprego no mês de Março e consideraram que as medidas adoptadas pelo Governo não estão a contrariar o agravamento dos últimos meses.

«Os dados divulgados pelo IEFP mostram que as medidas adoptadas pelo Governo são insuficientes para contrariar o preocupante agravamento do desemprego», disse o secretário-geral da CGTP à agência Lusa.

Manuel Carvalho da Silva defendeu que a única solução para o problema do desemprego é «a mobilização geral do país para a defesa do emprego».

Para ilustrar a gravidade da situação, o sindicalista referiu que o aumento do núnmero de desempregados verificado ao longo do mês Março - mais 65.743 - corresponde a «3 novos desempregados em cada 2 minutos» de todos os 31 dias do mês.

O líder da Intersindical lembrou ainda a existência de milhares de trabalhadores que têm o posto de trabalho em perigo e mais de 70 mil pessoas que estão em programas promovidos pelo IEFP, sem garantia de emprego, e de muitos outros que já desistiram de se inscrever no centros de emprego.

O secretário-geral da UGT também manifestou preocupação quanto ao aumento do desemprego verificado e reafirmou a necessidade de os parceiros acompanharem a aplicação das medidas governamentais de combate ao desemprego.

«Estes dados reforçam a nossa preocupação pois o aumento do desemprego é superior ao esperado e o ritmo de crescimento não se tem atenuado e isso tem a ver com as medidas governamentais, que não estão ainda a surtir efeito», disse joão Proença.

Para o sindicalista, o desemprego atingiu «níveis insutentáveis» e por isso defende o acompanhamento das medidas de combate ao desemprego pelos parceiros sociais.

«Ninguém sabe qual o impacto real das medidas que o governo tem em vigor, é preciso mais informação e acompanhamento», disse à Lusa.

O número de desempregados inscritos nos centros de emprego disparou 23,8 por cento em Março, face ao mesmo mês de 2008, prolongando a subida iniciada em Outubro e marcando o acréscimo mais elevado desde Setembro de 2003.

De acordo com os dados divulgados hoje pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), o número de desempregados inscritos no final do mês passado somava os 484.131, mais 93.105 inscrições do que em Março de 2008.

Destak.pt - 23.04.09