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23/04/2009

É justo protestar e lutar

Recusando que lhes sejam imputados os custos mais graves da crise do capital, trabalhadoras e trabalhadores combatem a utilização da crise, pelo patronato, para atacar direitos e reduzir salários.
Na Covilhã, dia 15, realizou-se uma acção de protesto, convocada pelo Sindicato Têxtil da Beira Baixa, contra os salários em atraso e a defesa dos posto de trabalho. Depois de uma concentração, an Praça do Município, teve lugar um desfile até à delegação da ACT, com cerca de 400 trabalhadores das empresas de confecções Vesticon, Gil & Almeida (Tortosendo), Carveste (Belmonte), Hermar e antiga Massito (Fundão).
Com salários em atraso, alguns há mês e meio, a que acrescem subsídios de Natal e de férias de 2008, estarão cerca de 800 pessoas, disse Luís Garra à agência Lusa, criticando a falta de resposta do Governo. Para além do têxtil, há no distrito cerca de dois mil postos de trabalho ameaçados, o que justificaria o lançamento de um plano de emergência, defendeu o presidente do sindicato e coordenador da União dos Sindicatos de Castelo Branco. Luís Garra apontou a falta de eficácia das medidas até agora anunciadas pelo Governo, pois umas estão por regulamentar e outras já foram experimentadas antes e não resultaram. Concretamente, não se vê efeitos dos 850 milhões de euros que o Governo anunciou para apoios ao sector têxtil.
A União dos Sindicatos da Guarda, por seu turno, expressou preocupações pelo aumento do desemprego. A direcção da USG/CGTP-IN, no dia 15, reclamou medidas para dinamizar o aparelho produtivo e salvaguardar o emprego, especialmente na indústria, e exigiu que sejam eficazmente combatidas «situações pouco claras», como o recurso ao lay-off na Dura (fábrica de componentes para a indústria automóvel, no concelho da Guarda).
Contestando o lay-off anunciado pela Yazaki Saltano, em Ovar, o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Eléctricas do Norte e Centro promoveu, na sexta-feira, duas concentrações junto aos portões da empresa. A suspensão parcial do trabalho, por seis meses, atinge 786 dos 1340 trabalhadores, que vêm os seus salários reduzidos em um terço. A multinacional alegou redução de encomendas, mas o STIENC/CGTP-IN e os trabalhadores não consideram tal justificação suficiente. Na divisão de fio, a capacidade de produção anual é de 500 toneladas, mas só foi preenchida em 2008; a produção agora é de 300 toneladas, mas este volume corresponde às expectativas. «Há uns três anos, também só fabricávamos 300 toneladas de fio, o número de trabalhadores era o mesmo e não houve lay-off», recordou um trabalhador, citado pela Lusa.
Os trabalhadores da CNB/Camac e o seu sindicato, com a luta desenvolvida pela viabilização da única fábrica de pneus de capital nacional, conseguiram que a assembleia de credores desse um prazo, até 29 de Maio, para que seja apresentado um plano de recuperação. Em causa está «uma empresa de bandeira» e a preservação de 300 postos de trabalho directos, salienta o Sinorquifa/CGTP-IN.
Avante - 23.04.09

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