Octávio Teixeira
O ministro da Economia deslocou-se ao Parlamento, a seu pedido, para apresentar o Plano Estratégico dos Transportes.
O ministro da Economia deslocou-se ao Parlamento, a seu pedido, para apresentar o Plano Estratégico dos Transportes. Lá chegado não tinha o dito Plano para apresentar. Ou melhor, tinha-o (acenou-o aos deputados) mas não o podia divulgar. Ainda não estava aprovado pelo Governo porque, disse-se depois, ainda não recebera o visto prévio da troika. Só após essa autorização expressa o Governo pode governar, ainda que mal. Onde já vai a subserviência.
Ainda que a contragosto, o ministro lá apresentou as principais linhas do dito Plano.
E não se ficou por menos: "vai mudar tudo no sector dos transportes". Não há nada que se aproveite. Petulância.
A linha mestra do Plano é a "alteração do papel do Estado no sector". É tudo para privatizar.
Nos transportes públicos urbanos não se encara a articulação (exigível) dos operadores porque isso não permite a privatização nem os despedimentos. Procede-se à fusão das redes de exploração e aumentam-se as tarifas. Em Lisboa e Porto esses novos monopólios serão entregues a privados. Mas não as infraestruturas. Essas exigem elevados investimentos, financeiramente não rentáveis. Por isso são transferidos para a Refer, para o Estado.
Serão desactivados 450km de via-férrea para passageiros, talvez para induzir o aumento da procura nas SCUT que passam a ser portajadas. Por cálculos estritamente financeiros e de curto prazo, privilegia-se o transporte rodoviário ao ferroviário. Um elogio à cegueira.
Serão lançadas novas parcerias público-privadas no valor de 2.500 milhões. As PPP que antes eram bestas, com Álvaro Pereira passam a bestiais.
O ministro da Economia, por acção e por omissão, só causa preocupações ao País. Não há um mecenas que lhe ofereça um bilhete de regresso a Vancouver?
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