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14/10/2011

CGTP: Sociedade portuguesa pode vir a “recuar muitos e muitos anos”

O secretário-geral da CGTP disse hoje que o Orçamento do Estado para 2012 tem como marca uma “queda aceleradíssima” das condições de vida e pode fazer o país “recuar muitos e muitos anos” no domínio social.

“Nós, e é bom que todos os portugueses e portuguesas tomem consciência, estamos numa queda aceleradíssima do patamar de desenvolvimento, o que significa uma quebra grande das condições de vida, quebra grande das condições de trabalho e empobrecimento significativo das pessoas”, declarou à Lusa o secretário-geral da CGTP, Carvalho da Silva, numa reação à proposta ainda provisória do Orçamento do Estado para 2012.
Carvalho da Silva classificou o documento como um orçamento “claramente de recessão económica”, o que confirmou a “conceção de que os problemas se vão resolver por um acerto de contas da dívida”, sem que haja atenção a um aumento da produção que permita crescer, uma vez que sem riqueza não há possibilidade de pagar a dívida.
“O que nós podemos ter é, daqui a um ano, algum equilíbrio mais das contas públicas, mas uma dívida muito maior do que a que temos hoje e mais incapacidade de a resolver”, afirmou o dirigente da intersindical.
Segundo Carvalho da Silva, “era preciso encontrar caminhos sérios que permitam a defesa e a criação de emprego, crescimento económico e melhoria da competitividade da economia portuguesa, mas este orçamento é o oposto”.
Cortes de despesa em toda a linha, maior controlo nas verbas e uma mais que provável penalização da Madeira nos fundos do orçamento são algumas das linhas de austeridade traçadas por este Governo na versão preliminar do documento.
A proposta de lei do Orçamento do Estado para 2012 só deverá ser formalmente aprovada em Conselho de Ministros hoje e terá de ser apresentada até segunda-feira, mas no documento a que a Lusa teve acesso o desenho é de maior austeridade.
Os cortes abrangem todos os setores, a polémica questão da Taxa Social Única parece ainda não estar completamente definida mas deverá ser reduzida apenas ligeiramente e de forma faseada e a Madeira pode mesmo ver as verbas do orçamento serem retidas em grande parte pelo Ministério das Finanças, devido à violação dos limites de endividamento em 2011.

http://www.destak.pt/artigo/108425-cgtp-sociedade-portuguesa-pode-vir-a-recuar-muitos-e-muitos-anos

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