Como é que o cidadão e empresas financiam o Estado? A lista de siglas de impostos é longa: IRC, IRS, ISP, ISV, IVA.... Tributação directa e indirecta que recai diariamente sobre cada contribuinte para encher os cofres estatais - que esperam embolsar mais de 34 mil milhões de euros este ano: cerca de 3.240 euros por cada português. São mais de 2.000 milhões de euros relativamente à estimativa do que os impostos terão rendido em 2010 e que vão pesar nos bolsos de quem trabalha e produz riqueza.
Desde 2008 que soam os alertas para o acentuar da tendência de aumento da carga fiscal. Portugal foi o país, entre os 27 membros da União Europeia, onde a carga fiscal mais subiu nos últimos 12 anos. A conclusão é da OCDE, que no final do ano passado, divulgou que o peso dos impostos sobre a riqueza gerada no País (PIB) se situa nos 35,2%, acima da média (34,8%) dos 33 países analisados. Número que arrisca, agora, a atingir o valor mais alto de sempre em 2011 devido às medidas de austeridade previstas no programa de Estabilidade e Crescimento que contemplam novo agravamento dos impostos em Portugal. Com o PEC e o Orçamento do Estado de 2011, a receita fiscal e contributiva representará cerca de 36,4% da riqueza produzida em Portugal (ou 63,4 mil milhões de euros).
Segundo o relatório da OCDE, entre 1995 e 2008 (último ano em que há dados comparáveis), em território nacional, a carga fiscal aumentou mais de quatro pontos percentuais em relação ao PIB. Só a Turquia, a Coreia do Sul, o México e a Islândia viram aumentar mais a carga fiscal nesse período de tempo, o que torna Portugal o país da UE onde houve uma maior subida ao fixar-se em 17º lugar do ‘ranking'. Em sentido contrário, o destaque vai para a Eslováquia e também para a Irlanda.
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