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10/03/2011

Reformados concentrados em S. Bento “clamam” contributo para o país e “não aceitam” abandono

Mais de três dezenas de reformados e idosos de duas organizações cívicas concentraram-se esta quinta-feira, em Lisboa, “clamaram” o contributo que deram ao país e dizem que “não aceitam” o abandono a que se sentem sujeitos pelo Governo.

A federação e o movimento de reformados, pensionistas e idosos (FARPIL-MURPI) concentraram-se em protesto frente à residência oficial do primeiro-ministro, em São Bento, com uma representação teatral alusiva “às graves” medidas relativas à saúde a que os idosos estão sujeitos e entregaram uma carta “urgente” ao primeiro-ministro, a “clamar” para que não sejam esquecidos e deixados ao abandono.

O presidente da Federação das Associações de Reformados, Pensionistas e Idosos de Lisboa (FARPIL), Joaquim Augusto Santos, disse à agência Lusa que fazem parte de uma geração que contribuiu “imenso” para o progresso do país.

“Tanto trabalhámos, tantos sacrifícios fizemos para tornar o nosso país mais próspero que não podemos aceitar a forma como o que o poder central nos está a tratar neste momento”, justificou.

Joaquim Santos falou das pensões congeladas, do aumento do custo de vida “assustador”, dos medicamentos “mais caros” e dos “maus ajustes” na saúde, salientando o direito “à indignação pelo desespero de situações muito complicadas”.

No entanto, o representante dos reformados salientou que, além da situação que lhes diz respeito, ainda vivem outro “drama” que os afecta muito: o problema dos filhos, das noras, dos genros e dos netos atingidos pelo desemprego e por situações laborais precárias.

“Primeiro eram os pais que sustentavam e ajudavam os filhos, depois eram os filhos que ajudavam os pais, neste momento vive-se na insegurança no desespero e não nos vamos acomodar”, frisou.

Casimiro Menezes, presidente do Movimento Unitário dos Reformados Pensionistas e Idosos (MURPI), falou à Lusa na leitura da peça apresentada, ”A Velha e a Morte”, em que a morte convida a velha que está num sofrimento tão grande a fazer uma viagem com ela, mas a idosa recusa. “Apesar de tudo, estamos muito agarrados à vida. E esta trama significa isso mesmo. Queremos uma vida digna”, salientou.

“A velha somos nós. A morte é o que nos está a fazer este Governo com as medidas que tem tomado e que tem agravado a vida dos mais velhos, tornando-a por vezes insuportável, incomportável”, justificou.

A carta “urgente” entregue ao gabinete do primeiro-ministro é um documento contra a situação de “penúria e agravamento das condições de vida dos reformados, pensionistas e idosos" e exige "medidas de verdadeira emergência social”.
 
http://www.publico.pt/Sociedade/reformados-concentrados-em-s-bento-clamam-contributo-para-o-pais-e-nao-aceitam-abandono_1484256

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