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10/02/2011

Professores voltam a sair à rua e admitem greve aos exames

Os professores vão realizar “um grande encontro” em março no Campo Pequeno, Lisboa, que terá em seguida “expressão de rua” e admitem fazer greve aos exames nacionais, segundo o programa de contestação hoje apresentado pela FENPROF e outras organizações.

A Plataforma da Educação, constituída por organizações representativas do setor e hoje apresentada à Comunicação Social, anunciou um conjunto de medidas de contestação à política do Governo, que envolvem toda a comunidade educativa numa marcha nacional a 02 de abril, em Lisboa, pela qualidade do ensino.

Já hoje é lançado em todo o país um manifesto em dois formatos; um para recolha de assinaturas nas escolas e na rua e outro destinado a obter apoios institucionais.

Sob o lema “investir na Educação, defender a Escola”, o manifesto será depois entregue ao Governo e à Assembleia da República, disse o secretário-geral da FENPROF, Mário Nogueira.

Durante uma conferência de imprensa em que participaram representantes sindicais dos inspetores e outros trabalhadores não docentes, foi apresentada a plataforma, que conta também com as confederações de pais (CONFAP e CNIPE).

“O que nos juntou foi a grande preocupação com os fortíssimos cortes orçamentais e políticas muito negativas que terão um forte impacto na organização das escolas e seu funcionamento”, afirmou Mário Nogueira, defendendo que a manter-se o atual rumo, a educação será conduzida para “um beco sem saída”.

Os professores prometem “encher o Campo Pequeno” e sair à rua, a 12 de março, mas ainda não está decidida a forma como o vão fazer, referiu Nogueira, para quem pode haver uma greve em qualquer altura do ano letivo, mas ainda terá de ser discutida com os restantes parceiros.

Reafirmou que os planos do Governo assentam na eliminação de 30.000 a 40.000 horários nas escolas, agravando ainda mais o desemprego e a precariedade num setor onde já há “42.000 professores contratados”.

Os professores vão ainda fazer greve às horas extraordinárias a partir de 01 de março.

Os trabalhadores não docentes continuam, por seu lado, a denunciar a falta de funcionários nas escolas e as contratações feitas à hora, por três e quatro euros.

As condições nas escolas estão a degradar-se ao ponto de já não terem dinheiro para contactar normalmente os pais, denunciou o dirigente da Federação de Sindicatos da Função Pública Luís Pesca, ao ler um bilhete de uma escola de Santarém - feito numa sobra de papel - para informar os pais que registassem nos seus telefones o número da escola porque em caso de urgência receberiam um toque para contactarem a escola. Razão: “restrições orçamentais”.

Pelo Sindicatos dos Inspetores da Educação e do Ensino (SIEE) Filomena Aldeias denunciou que a atividade destes profissionais se torna praticamente impossível pelas restrições às despesas de deslocação e ao “número de residual” de inspetores: menos de 200 para um universo superior a 10.000 escolas públicas e privadas.

De acordo com as organizações de professores, as matrículas para o 1.º ano do Ensino Básico que se fazem a partir de janeiro estão suspensas, sem que se saiba porquê.

Fazem também parte da plataforma a Associação Sindical de Professores Licenciados (ASPL), a Federação Nacional do Ensino e Investigação (FENEI) a Associação Sindical dos Professores Pró-Ordem, o Sindicato dos Professores e Educadores Licenciados pelas Escolas Superiores de Educação e Universidades (SEPLEU), o Sindicato Nacional dos Profissionais de Educação (SIPE), o Sindicatos dos Professores do Pré-Escolar e do Ensino Básico (SIPPEB) e o Sindicato Nacional dos Professores Licenciados pelos Politécnicos e Universidades (SPLIU).

O movimento integra ainda a Delegação Nacional de Associações de Estudantes do Ensino Secundário e Básico (DNAEESB), o Sindicato Nacional dos Psicólogos (SNP) e o Sindicatos dos Trabalhadores da Administração Local (STAL).

http://noticias.sapo.pt/info/artigo/1128848.html

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