A indústria metalúrgica é a que mais tem recorrido à suspensão temporária dos contratos de trabalho (lay-off) desde o início do ano, com 54 empresas e 7.628 trabalhadores abrangidos por esta medida legal.
De acordo com dados que a CGTP facultou à agência Lusa, é no sector industrial que se encontram quase todos os casos de lay-off e, sobretudo, na indústria metalúrgica.
Do total de 11.859 trabalhadores, de 108 empresas, que estão ou estiveram em lay-off desde o início do ano, mais de metade são da metalurgia.
As indústrias eléctricas também têm um elevado número de trabalhadores em lay-off - 1.418 trabalhadores de 13 empresas - assim como a indústria química - 1.396 trabalhadores de 18 empresas.
Na indústria têxtil já foram abrangidos pelo lay-off 561 trabalhadores de 7 empresas, na indústria de madeiras 200 trabalhadores de uma empresa, na indústria vidreira 73 trabalhadores de uma unidade, na cerâmica 172 trabalhadores, na corticeira 55 trabalhadores de duas empresas e na do calçado 32 trabalhadores de duas empresas.
A construção civil também já usou o lay-off para 150 trabalhadores de duas empresas.
Pelo menos uma empresa de hotelaria (as termas de Vizela) também recorreu à suspensão temporária do contrato de trabalho, abrangendo 25 trabalhadores.
Na área do comércio e serviços existe registo de uma empresa em Vila nova de Gaia, a "Fortuna, equipamentos Industriais", que suspendeu o contrato a 23 trabalhadores.
A maioria das empresas que têm recorrido este ano ao lay-off fê-lo reduzindo os dias de laboração pelo período de seis meses e para ultrapassar problemas relacionados com quebra de encomendas na sequencia da crise económica.
No entanto, algumas dessas empresas conseguiram retomar a laboração normal antes do previsto, interrompendo o lay-off antes do previsto, porque as condições do mercado melhoraram ou por pressão dos trabalhadores.
Do total de trabalhadores que estão ou estiveram com o contrato de trabalho suspenso temporariamente apenas 1.247 tiveram formação durante o período de lay-off, embora isto esteja previsto na legislação laboral.
Dos trabalhadores que receberam formação, 1.099 pertencem à indústria metalúrgica e a quatro empresas do sector automóvel que aderiram ao programa governamental de apoio a esta actividade, nomeadamente a Mitsubishi (em Abrantes) e a Sakthi (na Maia).
Fora deste sector apenas uma empresa da indústria química - a Inapal Plásticos (na Trofa)- e outra da indústria têxtil - a Trecar Revestimentos Têxteis (de Aveiro)- tiveram os seus trabalhadores em formação durante o período de suspensão contratual.
D.N. - 24.08.09
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