A empresa de carroçarias de autocarro Marcopolo, em Coimbra, vai suspender a laboração a partir de hoje e tenciona encerrar, avançando com a caducidade dos contratos de trabalho a 15 de Setembro, revelou fonte sindical.
António Moreira, coordenador da União dos Sindicatos de Coimbra (USC) adiantou à agência Lusa que, na segunda-feira, a administração, em reunião, comunicou a decisão, assegurando que irá garantir os direitos dos trabalhadores e as indemnizações a que têm direito.
"A empresa disse que era uma posição irrevogável, mas entendemos que só para a morte é que não há solução", afirmou à agência Lusa o dirigente, expressando o propósito de lutar pela manutenção dos cerca de 180 postos de trabalho na empresa.
Segundo António Moreira, na reunião de segunda-feira, a administração, sobre as razões para o fecho, argumentou que "não é uma questão económica ou financeira, mas apenas de mercado".
"A situação é delicada e dolorosa, e o sindicato tudo irá fazer para inverter esta caminhada", sustentou, acrescentando que segunda-feira teve uma reunião com o Governador Civil no sentido de concertarem esforços para aproximar posições entre a administração da Marcopolo e investidores interessados em a adquirir.
Em nota de imprensa, o Governador Civil de Coimbra afirma que "não se conforma com as consequências sociais deste encerramento, e já apelou, através de contacto com um elemento da administração, à responsabilidade social da empresa".
O responsável declara que "tudo fará para ajudar na procura de alternativas que mantenham/recriem postos de trabalho, através de contactos já agendados com a administração da empresa, com a tutela e com outros actores", e confia que "a responsabilidade e reputação internacional da Marcopolo ajudarão a encontrar soluções a contento das partes envolvidas".
António Moreira declara não compreender esta decisão da Marcopolo, cuja empresa-mãe se situa no Brasil, ao fechar as portas ao mercado europeu, em virtude de a filial de Coimbra ser a única neste espaço económico.
Recorda que a Marcopolo -- Coimbra há dois anos encarroçava um autocarro por dia, e que o seu principal cliente, que absorve dois terços da produção, se localiza na Bélgica, e que o mercado português adquiria cerca de 25 por cento.
"Não será sensato para uma empresa, meramente por uma questão de lucro, encerrar uma empresa e pagar 2,5 a 3 milhões de euros de indemnizações", argumenta o dirigente.
Para debater a situação, a USC convocou um plenário de trabalhadores para as 10:00 da próxima quarta-feira, na empresa.
A partir de hoje a empresa comunica por escrito aos trabalhadores que a partir de 15 de Setembro avança com a caducidade dos contratos (uma figura jurídica equivalente ao despedimento colectivo), e que de imediato estão desobrigados de se apresentar na empresa, adiantou António Moreira.
A Agência Lusa tentou obter uma posição da empresa, mas sem sucesso.
D.N. - 25.08.09
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