Entre 2005 e 2008 foram «destruídos» mais de 58 mil empregos na Administração Pública, sendo que o número total de funcionários nesse período baixou de 746,8 mil para 688,4 mil. Este valor, segundo cálculos do economista Eugénio Rosa, corresponde a 70% do aumento do desemprego oficial registado entre o 1º trimestre de 2005 e o 1º trimestre de 2009 (mais 83,2 mil).
Também no que respeita aos salários, a diminuição é significativa. Segundo dados do INE, estas correspondiam em 2005 a 14,4% do PIB, enquanto no ano passado passaram a representar apenas 12,9%. Se a percentagem que se verificava em 2005 se tivesse mantido durante esses três anos, os funcionários públicos teriam recebido mais 6,4 mil milhões de euros. Para o economista, este valor «é uma parcela importante da redução do défice orçamental de que se gaba este Governo».
Taxa nos 10% até ao fim do ano
Segundo as estimativas do Eurostat, o desemprego em Portugal subiu para 9,3% em Abril, quando em Março ti-nha sido de 9,1%. Na zona Euro, a mesma taxa chegou aos 9,2%, o valor mais elevado dos últimos 10 anos.
Vários economistas, contactados pela Agência Financeira, acreditam que este número vai continuar a subir, sendo previsível atingir os 10% até ao final do ano. Além da «economia nacional não estar a crescer», as perspectivas para o próximo ano «são muito más». Ainda assim, o ministro do Trabalho mostrou-se optimista quanto ao futuro, justificando a subida do desemprego com a crise mundial.
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Redução dos recibos verdes não é assim tão real
Depois da polémica em torno dos falsos recibos verdes e do Governo ter garantido uma redução de 30% no número de trabalhadores da Administração Pública nestas condições, o economista Eugénio Rosa diz que essa informação «é falsa». O Governo «esqueceu-se» de dizer que a redução se deveu à «imposição a muitos deles da obrigação de se transformarem em empresários para manterem a prestação de serviços, que é o posto de trabalho para muitos deles». A situação destes acabou por ficar ainda pior que antes.
Destak.pt - 03.06.09
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