A manutenção da Imperconser, com sede nas Caxinas, Vila do Conde, torna-se agora "muito complicada, e a fábrica corre o sério risco de fechar de vez", acrescenta José Lapa. O sindicalista critica a atitude do Estado e do Banco Espírito Santo (BES) que, diz, através das suas votações, "travaram a possibilidade de a fábrica continuar a laborar".
No final de 2006 a Imperconser, propriedade de Gonçalo de Melo, atingiu dívidas que rondavam os 11 milhões de euros e entrou em processo de insolvência. Dada a situação financeira complicada, o proprietário, fez um contrato de exploração com a Gencoal - uma unidade detida a 100% pela italiana General. Neste processo de insolvência, a Gencoal, credora da conserveira em cerca de um milhão de euros, manifestou o desejo de ficar com a unidade das Caxinas e apresentou uma proposta para a sua recuperação.
Gonçalo de Melo, o proprietário, anunciou que queria voltar à fábrica e apresentou também um plano de recuperação. Esta última possibilidade nunca teve a concordância dos funcionários, que até chegaram a manifestar-se à porta da fábrica, alegando que Gonçalo de Melo "era um mau gestor".
As duas propostas foram, entretanto, apresentadas em assembleia de credores, e o BES, o maior credor da empresa, votou contra ambos os planos de recuperação.
O Estado, através da Segurança Social, também votou contra a proposta da Gencoal.
A Caixa Geral de Depósitos absteve-se, o que fez com que nenhum dos planos "tivesse obtido os dois terços obrigatórios para aprovação", explica José Lapa. "Os trabalhadores estão muito revoltados com toda esta situação", conta o sindicalista, que avança ainda que o único caminho para aquela unidade será a "venda do estabelecimento comercial", o que, e nesse cenário, "dará possibilidade, por exemplo, à Gencoal de comprar e manter a unidade a laborar no mesmo ramo", conclui o sindicalista.
oje.pt - 01.06.09
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