O Público faz-nos hoje o relevante favor de fixar para a posteridade através das hemerotecas uma afirmação ontem feita por Ferro Rodrigues, cabeça de lista do PS por Lisboa. Nem mais nem menos, segurem-se, que «o voto no centro que não seja no PS é um voto no insulto, na agressão. O voto nalguns partidos que se dizem à esquerda do PS é um voto perdido».
Eu sei que estamos em campanha eleitoral e que estes momentos da vida política propiciam em regra as coisas mais estrambólicas mas, ainda assim, creio que Ferro Rodrigues deve ter batido o recorde nacional ou mesmo mundial de apenas em 31 palavras ter veiculado um elevadíssimo numero de confusões, contradições, distorsões e, sobretudo, uma empobrecida cultura democrática. Não, não é nada em especiLcom esta figura do PS que, bem vistas as coisas, na parte final da frase se limita a repetir o que já foi dito em eleições anteriores por secretários-gerais do PS como Mário Soares, Vítor Constâncio, Jorge Sampaio e António Guterres, numa óbvia confirmação de que os homens mudam e são diferentes mas há concepções que sempre os irmanam e permanecem.
Dito isto, chega o tempo de chamar a atenção para que esta afirmação de Ferro Rodrigues contêm coisas notáveis e inesquecíveis, como por exemplo:
Eu sei que estamos em campanha eleitoral e que estes momentos da vida política propiciam em regra as coisas mais estrambólicas mas, ainda assim, creio que Ferro Rodrigues deve ter batido o recorde nacional ou mesmo mundial de apenas em 31 palavras ter veiculado um elevadíssimo numero de confusões, contradições, distorsões e, sobretudo, uma empobrecida cultura democrática. Não, não é nada em especiLcom esta figura do PS que, bem vistas as coisas, na parte final da frase se limita a repetir o que já foi dito em eleições anteriores por secretários-gerais do PS como Mário Soares, Vítor Constâncio, Jorge Sampaio e António Guterres, numa óbvia confirmação de que os homens mudam e são diferentes mas há concepções que sempre os irmanam e permanecem.
Dito isto, chega o tempo de chamar a atenção para que esta afirmação de Ferro Rodrigues contêm coisas notáveis e inesquecíveis, como por exemplo:
- que o voto no PS, pela própria e autorizada voz de um seu destacado cabeça de lista, é afinal um «voto no centro» o que não impede no entanto Ferro Rodrigues de qualificar o PCP e o BE como partidos «que se dizem à esquerda do PS», o que trocado por muidos, conduz a que Ferro Rodrigues espantosamente deva considerar que PCP e BE também são do centro;
- que, para Ferro Rodrigues, afinal parece quase não haver direita em Portugal já que a sua frase se circunscreve ao «voto no centro» e aos «que se dizem à esquerda do PS»;
- que Ferro Rodrigues e o PS ou continuam com o sonho que vem desde o ínicio dos tempos de um sistema bipartidário resumido ao PSD e PSD e nem sequer percebem que até na velha Albion, apesar do antidemocrático sistema eleitoral, isso foi chão que deu uvas ou então gostariam de estar (estar não é ser !) sózinhos à esquerda da direita mas não se importariam de um certo pluralismo ou divisão à direita para poderem escolher, à vez, qual o seu aliado mais prestável;
- e, finalmente, que com aquela do «voto perdido» no PCP ou no BE, Ferro Rodrigues (que conheci nos idos de 70 quando estava à esquerda deste mundo e do outro) repete pela milésima vez a «doutrina» do «voto útil» do PS que, por exemplo, eu já desmontei ene vezes, designadamente aqui, sem que, até hoje, alguém desse o passo em frente de dizer quais eram as minhas asserções que não eram verdadeiras.
- e, finalmente, que com aquela do «voto perdido» no PCP ou no BE, Ferro Rodrigues (que conheci nos idos de 70 quando estava à esquerda deste mundo e do outro) repete pela milésima vez a «doutrina» do «voto útil» do PS que, por exemplo, eu já desmontei ene vezes, designadamente aqui, sem que, até hoje, alguém desse o passo em frente de dizer quais eram as minhas asserções que não eram verdadeiras.
o tempo das cerejas*: Perdida é a tua tia, pá !
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