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29/05/2011

Alemanha: Cerca de 160 mil manifestantes exigem fim da energia nuclear

Cerca de 160 mil pessoas voltaram hoje a manifestar-se em várias cidades da Alemanha contra a energia nuclear, em vésperas de o governo de Angela Merkel anunciar o novo calendário de encerramento gradual das 17 centrais atómicas.

Em Berlim, quase 20 mil pessoas desfilaram pelo centro da cidade e fizeram um comício diante da sede do partido de Merkl, a CDU, para dar força ás suas reivindicações.
Em Munique, cerca de 10 mil manifestantes caminharam também pelas ruas da capital da Baviera, exigindo a renúncia ao programa nuclear, em Hannover os protestos reuniram cerca de 12 mil pessoas, e em várias cidades da Renânia, como Colónia, Bona ou Muenster, os organizadores contaram também dezenas de milhares de participantes nas marchas, sob o lema “Schluss mit Atomkraft” (Fim à Energia Atómica).
As manifestações foram organizadas em conjunto por sindicatos e grupos ambientalistas, com o apoio de várias forças políticas, sobretudo o partido Os Verdes.
O objetivo declarado, reunir ainda mais participantes dos que os 250 mil contabilizados na última jornada de luta a nível nacional, a 26 de março, não foi atingido, no entanto, segundo cálculos dos próprios organizadores, que apontaram para 160 mil manifestantes em 21 cidades.
Com mais esta vaga de protestos, os ambientalistas alemães fizeram uma derradeira tentativa para influenciar a decisão do governo de Angela Merkel sobre o prazo limite para o encerramento de todos os reatores atómicos alemães.
O executivo recebe, no domingo, o relatório final da comissão de ética de reexame à segurança das centrais atómicas, liderada pelo ex-ministro do ambiente, Klaus Toepfer, que deverá recomendar um prazo limite para o encerramento das mesmas até 2021, segundo o semanário der Spiegel.
No domingo à noite, os líderes dos partidos da coligação governamental reúnem-se em Berlim para tomar uma decisão política sofre o fecho das centrais nucleares.
Segundo fontes governamentais, Angela Merkel quer anunciar na ocasião já uma data, enquanto os liberais defendem que pelo menos as centrais mais modernas fiquem abertas mais uma década.
Alguns políticos democratas cristãos também advertiram contra um fecho precipitado das centrais, que segundo cálculos de especialistas poderia custar aos cofres do estado cerca de 40 mil milhões de euros, em impostos que deixarão de ser cobrados e investimentos em outras fontes energéticas.
Há dois meses e meio, sob a influência da catástrofe nos reatores de Fukushima, no Japão, que entraram em fusão, o executivo democrata cristão e liberal reviu a lei que tinha promulgado em setembro para prorrogar em média por mais doze anos, para além de 2020, o encerramento gradual das centrais atómicas.
Merkl anunciou então uma moratória de três meses para que uma comissão nomeada pelo governo pudesse reanalisar as condições de segurança dos reatores germânicos, admitindo que, ao contrário do que pensava até aí, mesmo num país altamente industrializado, como no Japão, os gestores das centrais nucleares tiveram de se confessar impotentes para reduzir os riscos para a população, face a uma catástrofe natural de grandes dimensões.

http://www.destak.pt/artigo/96701-cerca-de-160-mil-manifestantes-exigem-fim-da-energia-nuclear

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