O tribunal de Almada está em risco de ficar sem tinta para as impressoras por falta de pagamento do Ministério da Justiça à empresa fornecedora, revelou à agência Lusa um juiz daquele tribunal.
Segundo o juiz Manuel Soares, os magistrados foram informados pelo secretário do tribunal de que a empresa se recusou a fornecer mais material (tonner) até o Ministério da Justiça saldar as “avultadas dívidas”.
“O secretário do tribunal já teve de pedir tonneremprestado ao tribunal da Moita e as secções já estão a partilhar impressoras para poupar o tonner”, contou Manuel Soares à Lusa.
Para o juiz, a situação é “lamentável” e poderá brevemente afectar as decisões judiciais.
“A lei diz que as decisões dos juízes devem ser lidas, assinadas e depositadas de imediato, pelo que são necessárias impressoras. O facto de não podermos imprimir pode colocar em causa o nosso trabalho diário”, explicou.
O magistrado adiantou que o tribunal de Sintra está a viver uma situação idêntica e lembrou que a empresa Compudata fornece material para todos os tribunais do país.
A Compudata não quis comentar oficialmente as dívidas do Ministério da Justiça. No entanto, uma fonte da empresa confirmou à agência Lusa que as ordens são para não fornecer produtos aos tribunais devido às dívidas acumuladas do Ministério da Justiça.
A agência Lusa tentou obter um comentário do Ministério da Justiça sobre o fornecimento de consumíveis aos tribunais e as alegadas dívidas, mas não obteve resposta.
Em Dezembro, a procuradora Maria José Morgado alertou que o funcionamento dos tribunais, do Ministério Público e das polícias ficaria em risco devido à "política miserabilista" do Governo para a área da justiça.
Na ocasião, a directora do Departamento de Investigação e Acção Penal de Lisboa alertou para a gravidade da situação.
"Estamos em countdown [contagem decrescente] na área da manutenção em matéria de papel, tonner, fotocopiadoras, ou seja, em matéria de funcionamento da justiça no que representa resultados no combate ao crime e protecção de pessoas", denunciou.
http://www.publico.pt/Sociedade/tribunal-de-almada-sem-tinta-nas-impressoras-por-culpa-das-dividas-do-ministerio_1487559
“O secretário do tribunal já teve de pedir tonneremprestado ao tribunal da Moita e as secções já estão a partilhar impressoras para poupar o tonner”, contou Manuel Soares à Lusa.
Para o juiz, a situação é “lamentável” e poderá brevemente afectar as decisões judiciais.
“A lei diz que as decisões dos juízes devem ser lidas, assinadas e depositadas de imediato, pelo que são necessárias impressoras. O facto de não podermos imprimir pode colocar em causa o nosso trabalho diário”, explicou.
O magistrado adiantou que o tribunal de Sintra está a viver uma situação idêntica e lembrou que a empresa Compudata fornece material para todos os tribunais do país.
A Compudata não quis comentar oficialmente as dívidas do Ministério da Justiça. No entanto, uma fonte da empresa confirmou à agência Lusa que as ordens são para não fornecer produtos aos tribunais devido às dívidas acumuladas do Ministério da Justiça.
A agência Lusa tentou obter um comentário do Ministério da Justiça sobre o fornecimento de consumíveis aos tribunais e as alegadas dívidas, mas não obteve resposta.
Em Dezembro, a procuradora Maria José Morgado alertou que o funcionamento dos tribunais, do Ministério Público e das polícias ficaria em risco devido à "política miserabilista" do Governo para a área da justiça.
Na ocasião, a directora do Departamento de Investigação e Acção Penal de Lisboa alertou para a gravidade da situação.
"Estamos em countdown [contagem decrescente] na área da manutenção em matéria de papel, tonner, fotocopiadoras, ou seja, em matéria de funcionamento da justiça no que representa resultados no combate ao crime e protecção de pessoas", denunciou.
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