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17/02/2011

Por melhores salários e mais justiça: Greves na Semapa e na REN

Na Secil e na CMP, ambas integradas no Grupo Semapa, iniciam-se greves na próxima terça-feira. No dia seguinte, começa uma série de paralisações na Saint Gobain Mondego. Na REN a luta abarca o mês de Março.
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Ao fim de três reuniões que deveriam ser de negociação, os representantes das cimenteiras não alteraram a posição: em 2011 os salários não vão aumentar nada. Mas os trabalhadores «não estão dispostos a aceitar o congelamento salarial pretendido pelas administrações», «decidiram defender as suas reivindicações» e «marcaram uma greve, de 22 a 25 de Fevereiro», informou segunda-feira a Feviccom/CGTP-IN.
A federação mantém a proposta sindical em 4,5 por cento, defende uma mais justa distribuição da riqueza e salienta que a Secil, em Setúbal, e a CMP, em Leiria, «são altamente rentáveis». «Os trabalhadores contribuíram para os muitos milhões de euros de lucro nos últimos anos e agora são tratados assim?» – protesta-se num comunicado em distribuição na Secil.
«Fartos de esperar» e após uma reunião, dia 3, com a empresa, os trabalhadores da Saint Gobain Mondego, na Figueira da Foz, decidiram realizar paralisações ao longo dos sucessivos períodos de trabalho, entre os dias 23 e 26 (quarta-feira e sábado da próxima semana), em defesa do caderno reivindicativo que apresentaram, reclamando três por cento de actualização salarial e melhores condições de trabalho. Apesar dos 62 milhões de euros de lucro obtidos nos últimos quatro anos, a Administração não atendeu nenhuma das justas reivindicações, refere um comunicado do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Vidreira, que integra a Feviccom.
Um plenário de trabalhadores da REN (Redes Energéticas Nacionais), com cerca de 300 participantes vindos de várias regiões, aprovou na segunda-feira uma série de greves, a realizar durante todo o mês de Março, para rejeitar as «medidas de austeridade» do Governo e do PSD, particularmente os cortes nas remunerações, e para exigir aumentos salariais em 2011, a negociação e o cumprimento do acordo colectivo de trabalho, abrangendo todos os trabalhadores.
As decisões foram divulgada pela Fiequimetal/CGTP-IN. A federação revelou ainda que o plenário teve que reunir na rua, à chuva, frente à sede da empresa, em Lisboa, porque a Administração recusou a cedência de instalações. A greve abrange todos os regimes de laboração e decorre nas duas primeiras horas da jornada de trabalho, entre 1 e 8 de Março; nas duas últimas horas, de 9 a 15 de Março; nas três primeiras horas, de 16 a 23 de Março; e nas três últimas horas, de 24 a 31 de Março.
Na REN vigora um ACT que é comum às empresas do Grupo EDP e que tem sido negociado conjuntamente, desde a separação da Rede em empresa autónoma, com 51,09 por cento do capital social na posse do Estado. Este ano, contudo, a REN não se tem feito representar nas negociações de revisão do ACT, que iam ter ontem a sua sétima sessão.
Na reunião da semana passada, a Comissão Negociadora Sindical manteve em 3,5 por cento a proposta de actualização salarial, porque os representantes da EDP também mantiveram inalterada a sua, de 1,55 por cento. Para ontem, foi convocado um plenário nacional de dirigentes e delegados sindicais, que deveria «discutir e decidir sobre a evolução deste processo».
«Contra o roubo dos salários», os trabalhadores da Valorsul e o SITE CSRA preparam a intensificação da luta. Num comunicado, distribuído na semana passada, o sindicato da Fiequimetal/CGTP-IN acusa a administração de ter feito a pior interpretação possível para os trabalhadores e ir mais longe do que a própria Lei do Orçamento do Estado. Foi lançado um abaixo-assinado, e foi marcada uma greve ao trabalho suplementar a partir da passada terça-feira. Num plenário geral de trabalhadores, convocado para segunda-feira, 21, junto à sede da empresa, vão ser decididas novas formas de luta a adoptar.
O sindicato explica que os trabalhadores ficam a perder, seja por força da redução directa da sua retribuição (entre 3,5 e 10 por cento), seja devido ao congelamento dos salários, das progressões e de outros direitos, seja ainda em consequência da redução do pagamento do trabalho suplementar e nocturno.
 
http://www.avante.pt/pt/1942/trabalhadores/112707/ 

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