João Paulo Guerra
Ainda ninguém deu por qualquer ‘mea culpa' da parte dos promotores e propagandistas da guerra no Iraque...
Ainda ninguém deu por qualquer ‘mea culpa' da parte dos promotores e propagandistas da guerra no Iraque - a começar pelo dr. Barroso - face à confissão de um espião iraquiano ao jornal Guardian de que tinha inventado as patranhas acerca de um programa de produção de armas de destruição maciça, com o objectivo de convencer os Estados Unidos a invadir aquele país e depor o regime de Saddam Hussein.
Das duas, uma: ou andam distraídos ou pensam que mais mentira, menos mentira, não vale a pena bater com a mão no peito e pedir desculpas aos destinatários das mentiras, isto é, aos povos dos países respectivos.
Em Portugal, como em diversos outros países europeus, governantes garantiram aos respectivos povos e opiniões públicas que tinham visto, com os próprios olhos, as provas da existência do alegado programa de armas de destruição maciça. Não havia programa algum, para lá da falsidade encomendada ao espião, e portanto tais governantes mentiram duas vezes: quando disseram que viram provas, uma, e que viram provas da existência de um programa de produção de armas de destruição maciça, duas. E agora disfarçam. Assim como assim, se andassem a pedir desculpa por cada mentira em que são apanhados não faziam mais nada.
E assim, confirma-se que a mentira se transformou numa prática corrente e banalizada pelas classes dirigentes. Os políticos mentem e, quando são apanhados em flagrante a mentir, simplesmente disfarçam. Mas, sendo assim, é caso para que os povos e as opiniões públicas se interroguem sobre que mentiras andam neste momento a ser espalhadas pelos mentirosos encartados de políticos: será a mentira da crise, que enriquece especuladores à custa do empobrecimento e da liquidação de direitos sociais de milhões de pessoas?
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