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17/02/2011

Desemprego chega aos 11,1% à custa das mulheres

O desemprego voltou a bater o máximo histórico em Portugal desde que o Instituto Nacional de Estatística (INE) recolhe dados. A taxa de desemprego atingiu os 11,1% nos últimos três meses de 2010, o que significa que 619 mil portugueses estavam sem trabalho. Trata-se de um aumento de 9,9% em relação ao mesmo período de 2009, feito essencialmente à custa das mulheres, mas também dos trabalhadores com mais qualificações.

"O aumento no número de mulheres desempregadas (40,2 mil indivíduos) explicou 72,2% da variação ocorrida no desemprego total", diz o INE no seu relatório. No último trimestre de 2010 existiam 323,6 mil mulheres sem trabalho, 52% do total de desempregados. O número de mulheres sem emprego aumentou 14,2% em relação ao período homólogo, enquanto entre os homens esse valor subiu apenas 5,5%.

O INE refere também que o crescimento da taxa de desemprego se justifica com as dificuldades sentidas pelos trabalhadores mais qualificados. No final do ano passado, 32% do total de desempregados tinha concluído o ensino secundário ou tinha qualificação superior (200,5 mil). Há um ano eram apenas 27%. Os desempregados com formação superior são ainda o grupo menos representativo dentro da população desempregada, mas foram também o que sofreu maior aumento no último ano, de 37,5%.

À procura, à procura... No final de 2010 havia mais 181 mil desempregados do que no final de 2008. Isto é, em dois anos, há mais 41% de portugueses de- sempregados.

A economia portuguesa continua a não conseguir dar resposta aos que estão há mais tempo afastados do mercado de trabalho. O desemprego de longa duração aumentou 20,8% em relação ao mesmo período de 2009; já são 337,7 mil os portugueses que procuram emprego há mais de um ano, mais de metade do total. A taxa de desemprego de longa duração fixou-se nos 6,1% - há dois anos estava nos 3,7% -, o que significa que um em cada 20 portugueses activos está desempregado há mais de um ano.

O desemprego entre os jovens dos 15 aos 24 anos continua elevado, representando 23% do total. É cada vez mais difícil entrar no mercado de trabalho nacional, como prova o crescimento de 29,4% do número de desempregados à procura do primeiro emprego. A única região do país em que o desemprego desceu foi nos Açores, de 7,1% para 7% (a mais baixa de Portugal), enquanto na Madeira ficou inalterado. A região mais afectada continua a ser o Algarve, com uma taxa de desemprego global de 14,8%.

http://www.ionline.pt/conteudo/105205-desemprego-chega-aos-111--custa-das-mulheres

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