Manuel Gouveia
«Roubar» Sopa – A Eurest, com 5 mil trabalhadores, fornece 150 mil refeições por dia. Pertence ao Grupo Compas, a maior multinacional do sector. Com cerca de 40% de precariedade e uma política de baixos salários, consegue exportar lucros de 7 milhões de euros. É mais um triste exemplo do «sucesso» das liberalizações. Acontece que neste momento três trabalhadoras da Eurest enfrentam processos disciplinares para despedimento por roubo. Mais precisamente, por levarem para casa restos de sopa que tinham ordens de mandar para o lixo! Sem vergonha, apresentam o direito à propriedade privada, mesmo do lixo, como superior a qualquer outro direito humano!
«Dar» Sopa – Decorre uma campanha, com o alto parvocínio do Presidente da República, onde os industriais da alimentação andam a fazer caridade televisiva oferecendo os restos da comida aos «pobrezinhos» – e recebendo, pela calada, benefícios fiscais. Sem vergonha, ao mesmo tempo que pagam salários de miséria e despedem quem leva restos de sopa para casa, fazem figura e negócio com restos de sopa vendendo-os ao Estado!
Direitos Humanos – É a patronal do sector, a Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) que promove a campanha, quem chama a Declaração Universal dos Direitos Humanos a dar cobertura à iniciativa apontando que esta referiria que «toda a pessoa tem direito a um nível de vida suficiente para lhe assegurar, e à sua família, a saúde e o bem-estar, principalmente quanto à alimentação»». Uma falta de vergonha onde, por razões ideológicas, se trunca o parágrafo da DUDH que prossegue «... ao vestuário, ao alojamento, à assistência médica e ainda quanto aos serviços sociais necessários, e tem direito à segurança no desemprego, na doença, na invalidez, na viuvez, na velhice ou noutros casos de perda de meios de subsistência por circunstâncias independentes da sua vontade». Uma falta de vergonha porque o que a DUDH estabelece é o direito a um nível de vida suficiente, assegurado pelo emprego com direitos, por salários e pensões dignas e não pela sopa dos pobres.
Sem vergonha, descrevendo-se, descreve Cavaco Silva esta campanha como «um valioso contributo para um Portugal mais coeso, mais unido e solidário».
«Dar» Sopa – Decorre uma campanha, com o alto parvocínio do Presidente da República, onde os industriais da alimentação andam a fazer caridade televisiva oferecendo os restos da comida aos «pobrezinhos» – e recebendo, pela calada, benefícios fiscais. Sem vergonha, ao mesmo tempo que pagam salários de miséria e despedem quem leva restos de sopa para casa, fazem figura e negócio com restos de sopa vendendo-os ao Estado!
Direitos Humanos – É a patronal do sector, a Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) que promove a campanha, quem chama a Declaração Universal dos Direitos Humanos a dar cobertura à iniciativa apontando que esta referiria que «toda a pessoa tem direito a um nível de vida suficiente para lhe assegurar, e à sua família, a saúde e o bem-estar, principalmente quanto à alimentação»». Uma falta de vergonha onde, por razões ideológicas, se trunca o parágrafo da DUDH que prossegue «... ao vestuário, ao alojamento, à assistência médica e ainda quanto aos serviços sociais necessários, e tem direito à segurança no desemprego, na doença, na invalidez, na viuvez, na velhice ou noutros casos de perda de meios de subsistência por circunstâncias independentes da sua vontade». Uma falta de vergonha porque o que a DUDH estabelece é o direito a um nível de vida suficiente, assegurado pelo emprego com direitos, por salários e pensões dignas e não pela sopa dos pobres.
Sem vergonha, descrevendo-se, descreve Cavaco Silva esta campanha como «um valioso contributo para um Portugal mais coeso, mais unido e solidário».
http://www.avante.pt/pt/1935/opiniao/111958/
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