Com a esperança média de vida dos portugueses a aumentar o efeito do factor de sustentabilidade, que recai sobre a pensão de reforma, tem vindo a ser cada vez mais penalizador para os portugueses. Desde 2008 que a aplicação deste factor impõe cortes à medida que aumenta a esperança de vida. Na altura ditou uma redução de 0,56% no valor da pensão, enquanto em 2009 essa diminuição já foi de 1,32%.
Perante a estimativa do Instituto Nacional de Estatísticas que situa a esperança de vida aos 65 anos, em 2010, nos 18,47 anos o corte será de 1,65%. Segundo cálculos do economista Eugénio Rosa, para 2011, tendo em conta o previsível aumento da esperança de vida, a descida será de 3,14%. Eugénio Rosa não tem dúvidas que os valores vão continuar a diminuir atingindo, por exemplo, os 27% em 2030 e os 45,8% em 2050. "O impacto deste elemento é muito grande e imediato, com as pessoas a verem as suas pensões reduzidas já em 2011. Terá impacto tanto na segurança social como função pública", salienta Eugénio Rosa.
O factor de sustentabilidade é calculado dividindo-se a esperança de vida aos 65 anos verificada em 2006 em Portugal pela esperança de vida também aos 65 registada no ano anterior àquele que o trabalhador se reforma ou aposenta. A fórmula é a seguinte: EV65_2006 : EV65_x-1, em que x é o ano em que o trabalhador se reforma ou aposenta.
Perante este cenário, a única forma de contornar estas reduções, para quem já tenha idade de reforma, é continuar a trabalhar para receber uma bonificação de 1% por cada mês a mais que se trabalhar, tal como está definido na lei da função pública. No final das contas "os portugueses terão de trabalhar mais para poderem ter uma reforma mais sustentável".
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