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30/12/2010

Governo grego impõe novos cortes drásticos: Política de miséria

No final de um ano marcado por 14 greves gerais e muitas dezenas de lutas profissionais e sectoriais, o governo grego fez passar no parlamento um orçamento que impõe novos sacrifícios e reduz à miséria amplas camadas desfavorecidas.
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Na noite de 22 para 23, o parlamento grego deu luz verde a um orçamento que prevê uma nova vaga de reduções das despesas públicas e de aumento de impostos para os trabalhadores.
As novas medidas de austeridade foram a condição exigida pela União Europeia e o Fundo Monetário Internacional para desbloquear uma «ajuda» de 110 mil milhões de euros.
Aprovado por 156 votos num total de 300, o orçamento pretende diminuir o défice público para 7,4 por cento contra os 9,4 por cento registados em 2010. Ao todo, o governo social-democrata de Papandreu prevê uma poupança de 14 mil milhões de euros.
Para alcançar esse desiderato, foi decidido um programa de «reestruturação» (privatização) das empresas públicas, sujeitando os seus trabalhadores a cortes salariais, entre muitas outras medidas gravosas que embaratecem o trabalho para garantir lucros ao patronato.
E pouco importa se a economia continuará a declinar acentuadamente no próximo ano, condenando ao desemprego uma parte crescente da população.
Depois de neste ano se ter registado uma diminuição de 4,2 por cento do Produto Interno Bruto, as autoridades prevêem uma nova contracção de três por cento em 2011. São ainda as previsões oficiais que admitem a subida da taxa de desemprego para o nível sem precedentes de 14,6 por cento em 2011. Este ano, 12,1 por cento da população activa não tinha emprego na Grécia.
Enquanto a maioria parlamentar ultimava a aprovação de mais um orçamento de miséria, o primeiro-ministro, Gueórguios Papandreou mostrava-se perante os deputados «determinado» a fazer todas as alterações necessárias para retirar o país da crise: «Apesar das dificuldades, estou optimista que a Grécia não irá à bancarrota».
Mas a verdadeira Grécia não partilha dessa opinião. No mesmo dia, Atenas estava novamente paralisada por uma greve dos transportes públicos. Milhares de trabalhadores manifestavam-se frente ao parlamento gritando «Abaixo o governo e o FMI», «Basta de medidas contra os trabalhadores».

http://www.avante.pt/pt/1935/europa/111938/

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