Os transportes públicos vão parar na próxima quarta-feira, dia da greve geral, e nem a marcação de serviços mínimos deverá evitar que a maioria dos portugueses sofra na pele os efeitos da paralisação. Comboios, barcos, autocarros e aviões deverão ficar estacionados, paralisando quase na totalidade o País.
A CP, com uma frota de cerca de 400 comboios, compromete-se a assegurar, nos serviços de longo curso, as ligações a Madrid (SUD Express e Lusitânia), as ligações a Faro e duas ligações entre Lisboa e Porto, tal como vários comboios urbanos e regionais. Contudo, o facto de a empresa estar dependente da Refer (que gere as vias férreas) muitas destas viagens deverão ficar pelo caminho. Isto porque a Refer está só obrigada a garantir a segurança das composições que iniciarem a marcha e a circulação de comboios com materiais explosivos ou combustível para o Aeroporto de Faro. O problema repete-se na Fertagus.
Esta aparente incompatibilidade levou, aliás, vários tribunais arbitrais a criticarem a falta de coordenação na marcação dos serviços mínimos no sector. "Numa situação desta natureza, caracterizada por um grande número de pré-avisos de greve que cobre a quase totalidade (quando não mesmo a totalidade) do sector dos transportes, faria certamente sentido uma abordagem conjunta das questões suscitadas e a correlativa fixação de serviços mínimos tendo em conta o vasto universo de empresas e sectores abrangidos", lê-se na decisão proferida pelo ex-ministro Paes Antunes, para a Refer.
Será nas grandes cidades que a greve mais se fará sentir. Em Lisboa, as ligações de barco da Soflusa far-se-ão num número mínimo, enquanto na Transtejo nem sequer existe tal garantia. O Metro também deverá ficar parado. Nos autocarros, Carris e STCP só estão obrigadas a cumprir o transporte de pessoas com deficiência e manter as condições de segurança dos edifícios. Nos aeroportos, o dia deverá ser também de cancelamentos. Estão apenas garantidos dois voos diários entre Continente e Madeira e três para os Açores.
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