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26/11/2010

Confiança e determinação na Administração Pública: Contra a austeridade do Governo

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Autarquias encerradas, escolas fechadas, lixo por recolher, hospitais e centros de saúde com serviços mínimos foram alguns dos reflexos da greve geral na Administração Pública, que afectou igualmente de forma visível a justiça e outros serviços do Estado.
Na recolha do lixo e varredura, por exemplo, a maioria dos concelhos registou uma adesão de 100 por cento ou próximo, designadamente Guimarães, Braga, Beja, Serpa, Viana do Castelo, Santarém, Castelo Branco, Loures, Viseu, Armarsul, Alter do Chão, Arronches, Aviz, Crato, Gavião, Marvão, Niza, Portalegre, Oeiras, Amadora, Castelo de Vide, Elvas, Ponte de Sôr, Sintra e Montijo.
Em Braga a polícia de intervenção impediu o piquete de greve de exercer as suas funções quando tentava persuadir alguns trabalhadores a aderir à greve. Em Oeiras a grande maioria dos carros que saíram foi com recurso a trabalhadores que terminavam o turno às 22 horas e foram chamados a prolongar o serviço em clara violação da lei. Na Câmara do Funchal foram deslocados quatro trabalhadores do turno da tarde, em violação da lei da greve.

Substituição de trabalhadores

Os Transportes Urbanos Municipais do Barreiro registaram também uma adesão de 100 por cento, valor que também se registou em Portalegre. Em Aveiro apenas saíram quatro autocarros, tendo-se verificado na empresa municipal que assegura este serviço (Moveaveiro) a substituição de trabalhadores grevistas, designadamente encarregados. Ainda em Aveiro, a lancha que assegura os transportes marítimos de S. Jacinto esteve parada e em Coimbra a adesão foi de 90 por cento.
«Também os sectores de transportes em geral e transportes escolares estiveram totalmente paralisados em muitas autarquias, bem como piscinas e complexos desportivos», informou, em nota de imprensa, o Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local (STAL), dando ainda conta de que, de uma forma «genérica», os «sectores operário e auxiliar registaram uma adesão de 100 por cento ou muito próximas».
«Durante a noite as corporações de bombeiros profissionais das autarquias (municipais e sapadores) asseguraram em regra apenas os serviços mínimos indispensáveis para garantir a segurança de vidas e apoio a acidentes», explicou o STAL, dando como exemplo as corporações de bombeiros sapadores do Porto, de Leiria e de Viana do Castelo, onde a adesão foi de 100 por cento. «Os bombeiros em geral reagem também desta forma às políticas de austeridade do Governo, a que juntam razões específicas como o protesto que actualmente os motiva em torno da proposta de lei que regulamenta o regime de carreiras», considera o sindicato.
Encerraram, de igual forma, centenas de sectores administrativos e técnicos, bem como muitas juntas de freguesia
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Edifícios encerrados

A exemplo do que aconteceu noutros sectores de actividade, na Administração Pública Central sentiu-se uma forte adesão dos trabalhadores. Em Lisboa, entre outros casos, encerrou o Instituto da Segurança Social, Edifícios Areeiro e Alameda. No Instituto da Segurança Social-Edifícios da Avenida dos Estados Unidos, no Centro Nacional de Pensões e Praça do Saldanha (informativos), os serviços fecharam portas, com 90 por cento de adesão à greve.
Também os trabalhadores da saúde aderiram em peso à greve, com vários serviços a chegar aos 100 por cento, como foi o caso do Hospital de Aveiro e do Hospital Garcia de Orta, em Almada, e do Hospital de Coimbra. Com grandes percentagens de adesão estiveram o Hospital de Santa Maria (91,6 por cento), o Hospital Amadora/Sintra (só serviços mínimos assegurados), o Hospital de São José (98 por cento), o Hospital S. Francisco Xavier (70 por cento), o CODU/INEM - Faro (50 por cento), o CODU/INEM - Lisboa (77,8 por cento), o Hospital da Covilhã (75 por cento) e o Hospital D. Estefânia (81,25 por cento).

http://www.avante.pt/pt/1930/emfoco/111487/

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