O presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário (SNTSF) admitiu esta terça feira que o número de comboios na Linha de Cascais pode ser reduzido a "breve prazo", nomeadamente em hora de ponta, por falta de investimentos.
O alerta foi feito numa audição com os deputados da Comissão parlamentar de Obras Públicas, Transportes e Comunicações João Paulo Correia (PS) e Bruno Dias (PCP), que tinha como tema central uma petição contra a privatização das linhas suburbanas de Lisboa.
À Lusa, José Manuel Oliveira, afirmou que "se corre o risco a breve prazo" de um dos três destinos destes comboios, em hora de ponta, ser reduzido.
O também primeiro subscritor da petição lembrou que há três "famílias" de comboios:
* Cascais;
* Oeiras;
* e, São Pedro.
"Uma dessas famílias pode ser reduzida, nomeadamente a de São Pedro. Esta pode ser uma das medidas a serem tomadas para que o material dure mais tempo e haja maior margem de manobra naquelas linhas", referiu.
Na reunião, este tema foi focado na perspetiva de onde "encaixar" a Linha de Cascais num cenário de privatização.
Linha de Casacis à beira da "rutura"
O sindicalista adiantou se não "houver investimentos muito rápidos naquela linha em termos de material, haverá rutura", sobretudo de comboios, acrescentando que recentemente o presidente da CP afirmou que o tempo útil daquele material será de mais quatro anos.
"Hoje, o número de composições é muito à conta para as necessidades. Basta uma avaria para que haja a supressão de comboios", disse.
Sistema elétrico é uma "agravante"
José Manuel Oliveira explicou ainda a "agravante" registada naquela linha, cujo fornecimento elétrico é diferente das restantes, por isso não pode receber comboios de outras linhas.
Sobre a petição, que subirá agora a plenário, o responsável apresentou como argumentos contra qualquer privatização a "importância" de um "sistema público de transportes" dos pontos de vista dos "utentes, da oferta de serviços e custos".
"Por exemplo, pela Fertagus (empresa privada que explora o comboio entre a Setúbal e Lisboa), em que as pessoas pagam mais", argumentou.
Cenário de privatização
José Manuel Oliveira acrescentou que os custos de uma privatização poderiam aumentar a fatura para o país e haveria dependência da "'chantagem'" das empresas privadas.
O mesmo responsável manifestou receios de que capital estrangeiro seja dominante e que a "riqueza produzida saia do país e não seja reinvestida nas empresas".
Petição vs Orçamento do Estado
O deputado socialista, segundo o sindicalista, num primeiro momento escusou-se a comentar os motivos da petição, mas "manifestou estar perfeitamente de acordo com o que está no Orçamento de Estado".
"E como sabemos prevê a privatização das linhas da CP nas áreas suburbanas de Lisboa e do Porto", referiu José Manuel de Oliveira.
Por seu lado, o parlamentar comunista saudou a apresentação da petição e reafirmou o apoio aos argumentos apresentados pelos peticionários.
http://sic.sapo.pt/online/noticias/dinheiro/Numero+de+composicoes+pode+ser+reduzido+na+Linha+de+Cascais+por+falta+de+investimento+diz+sindicato.htm
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