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04/11/2010

Mobilização nacional para a greve geral: Transportes e comunicações vão parar

Mais de 300 representantes dos trabalhadores dos transportes e comunicações apelaram, dia 27 de Outubro, em Lisboa, à adesão de todos os trabalhadores à greve geral de 24 de Novembro.
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Provenientes de todo o País, em representação dos trabalhadores das mais importantes empresas de transportes e comunicações, os participantes concentraram-se em frente do Ministério das Finanças, tendo-se, posteriormente, deslocado em manifestação até diante do Ministério dos Transportes, numa acção nacional de luta e mobilização promovida pela Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações, Fectrans/CGTP-IN. Ali, aprovaram, por unanimidade e aclamação, uma resolução onde se destaca «um forte apelo» à greve geral.
Também aprovada pelas estruturas representativas de reformados e pensionistas do sector, presentes na acção, a resolução compromete os participantes a «combater, por todas as formas, as medidas previstas nos diversos PEC, que visam a redução dos salários e dos direitos no trabalho»; «reforçar a luta em defesa do trabalho com direitos, sem discriminações, pelo fim da precariedade», e «combater a retirada das prestações sociais que resultam em agravamentos dos custos dos serviços públicos de saúde, educação, e reduzem o acesso ao subsídio de desemprego» .
A provar que o reforço da unidade está a ser conseguido esteve a participação, nesta acção, de representantes de estruturas sindicais não filiadas na CGTP-IN.

Firmeza e frontalidade

Antes de a manifestação ter saído, em fila ordenada, do largo frente à estação fluvial do Terreiro do Paço, representantes dos vários sectores confirmaram como a adesão à greve geral está a crescer, a cada dia que passa.
O coordenador da Fectrans, Amável Alves, recordou os boicotes patronais à contratação colectiva, a precariedade e a retirada progressiva de direitos, avisando que, «até à greve geral, patronato e Governo tudo farão para impedir o sucesso da luta, cujo resultado depende da nossa firmeza e frontalidade».
Salientando como «o Governo tem alterado a organização do trabalho, dando força ao patronato e fragilizando a posição dos trabalhadores», Amável Alves responsabilizou o Executivo PS por «deixar as organizações patronais fazerem “gato-sapato” da legislação laboral».
Também intervieram Vítor Narciso, presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações; José Manuel Oliveira, presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário; José Augusto, responsável na Fectrans pelo sector dos transportes fluviais; e Fernando Fidalgo, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal. Todos garantiram que os trabalhadores estão mobilizados e dispostos a sensibilizar a população, dentro e fora das empresas, para o sucesso da luta.
 
Travar sanções na Carris

Na resolução saída desta acção, os participantes solidarizam-se «activamente com os trabalhadores da Carris, vítimas de repressão da administração, apoiada pelo Governo», e exigem «a imediata retirada das sanções disciplinares», aplicadas a 26 trabalhadores das estações da Musgueira, Pontinha e Miraflores que, na greve de transportes de 27 de Abril, não cumpriram «serviços mínimos» decretados sem o acordo dos sindicatos, que os impugnaram em tribunal.
«A administração entrou em ilegalidade por não ter cumprido uma disposição do Acordo de Empresa, segundo a qual, quando um processo disciplinar é impugnado em tribunal, a aplicação das medidas fica suspensa», explicou ao Avante!, Manuel Leal (STRUP/CGTP-IN).
«Foram-lhes instaurados processos disciplinares, primeiro com vista ao despedimento, tendo-se alterado as sanções, após várias acções de luta contra os processos, para dias de suspensão, que foram cumpridos por alguns dos visados, enquanto outros, estão agora a cumpri-los», esclareceu.
Após «numa segunda fase do processo ter suspenso as penalizações, com a aproximação da greve geral, a administração da Carris deu nova ordem aos trabalhadores para cumprirem as sanções».
A Fectrans anunciou que a anulação de todos estes processos é um objectivo de toda a estrutura sindical da CGTP-IN no sector.

http://www.avante.pt/pt/1927/trabalhadores/111180/

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