À procura de textos e pretextos, e dos seus contextos.

09/06/2010

Energia para todas as lutas

A CGTP-IN e várias estruturas do movimento sindical unitário, ao saudarem o nível inédito de participação na manifestação nacional de 29 de Maio, salientam que a resposta das trabalhadoras e dos trabalhadores constituiu um ponto de partida para intensificar a luta, por todas as formas que se mostrem necessárias.

«Daqui saímos todos fortalecidos para defendermos os direitos e interesses dos trabalhadores e do País», afirma-se na saudação divulgada pela Comissão Executiva da Intersindical Nacional. O texto, assinado pelo secretário-geral da central, termina assinalando que «redobramos forças e capacidades e a força anímica necessária para aumentarmos o nosso empenhamento, tecendo na unidade na acção as condições para o êxito das próximas lutas, todas as lutas necessárias para atingirmos os nossos objectivos, assegurando um futuro digno para os trabalhadores e para o País».
Realçando os muitos jovens que compareceram na manifestação de 29 de Maio, a central aponta-a como «um inexcedível acto de cidadania e de luta contra o desemprego, os baixos salários, a redução dos direitos e da protecção social, nomeadamente aos desempregados», e como «um exemplo de combatividade e um facto que o patronato e o Governo são obrigados a ter em conta».
Os trabalhadores «estão a ser atacados, prejudicados e a viver pior» e «a forma que têm de dar combate à situação que se vive é lutando nos locais de trabalho e nas ruas, como aconteceu no dia 29 de Maio, e de todas as formas que sejam necessárias», refere o Sindicato dos Trabalhadores da Função Pública do Sul e Açores. Na saudação aos mais de 300 mil que estiveram na manifestação nacional, o STFPSA/CGTP-IN critita a UGT, porque esta «colou-se ao Governo e tenta desmobilizar os trabalhadores, num momento em que é evidente que os trabalhadores estão mobilizados, porque as políticas de ataque e os acordos entre o PS e o PSD provocam um sentimento generalizado de indignação e de vontade de protestar e lutar». «Quem tenta desmobilizar a luta não está do lado dos trabalhadores», declara o sindicato.
Para o Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local, «a determinação e o espírito combativo manifestados nesta jornada de luta devem constituir, ao mesmo tempo, um sinal de alerta para o Governo e um sentido de ânimo e de esperança para a luta dos trabalhadores e para o movimento sindical». A grandiosa manifestação de 29 de Maio, realça o STAL/CGTP-IN, «não constituiu um ponto de chegada, antes se afirma como um ponto de partida para a urgente e incontornável intensificação da luta dos trabalhadores, que como na Grécia e noutros países da Europa, saberão resistir e unir-se no combate pelos seus direitos, contra o aumento da exploração, por uma sociedade mais justa e solidária». O sindicato saudou, em especial, os trabalhadores de todo o universo da Administração Local e Regional, que «participaram massivamente nesta poderosa jornada de luta», cuja dimensão se ficou a dever à «crescente revolta que os ataques do Governo aos direitos laborais e sociais têm vindo a provocar».
«O aprofundamento da mesma política que foi praticada nas últimas décadas exigirá a ampliação e intensificação da resposta dos trabalhadores», avisa a Federação Intersindical das Indústrias Metalúrgica, Química, Farmacêutica, Eléctrica, Energia e Minas, declarando que, «perante a manutenção ou agravamento das medidas do Governo, os trabalhadores dos sectores organizados nos sindicatos da Fiequimetal/CGTP-IN saberão responder com forte empenho, reafirmando na prática a sua total disponibilidade para prosseguirem a luta, sob todas as formas que a situação exige».
A federação lembra que, ao desfilarem dia 29 em Lisboa, milhares de trabalhadores daqueles sectores «deram continuidade à luta desenvolvida pelo aumento real dos salários, pelo respeito pelos direitos contidos nos contratos colectivos de trabalho, pela exigência da normalização dos processos negociais, pela defesa do emprego e pelo investimento no sector produtivo nacional».
Os ferroviários realizaram «uma das maiores mobilizações dos últimos tempos» para o êxito de 29 de Maio e, na manifestação, ficou demonstrado que o descontentamento na sociedade é bem patente. A Comissão Executiva do Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário, a 2 de Junho, voltou a valorizar os resultados positivos das lutas de 23 de Março e 27 de Abril, em várias empresas do sector, e decidiu marcar concentrações de representantes e activistas, no dia 17, em Lisboa, e um «dia de acção e lutas» no sector, a 30 deste mês. «O momento é de reforçar a acção e a luta», apela o SNTSF/CGTP-IN, dirigindo-se às demais estruturas representativas e aos trabalhadores.
Outras lutas estão em marcha, como referimos nas páginas seguintes.

8 de Julho

Greves, concentrações, desfiles e outras iniciativas com expressão pública, em vários concelhos de todos os distritos, abrangendo a Administração Pública e o sector privado, vão ser organizados pelas estruturas da CGTP-IN, no dia 8 de Julho.
Reunido ontem, em Lisboa, o Conselho Nacional da Inter definiu como próxima etapa da confluência das acções dos trabalhadores e das populações este «dia nacional de protesto e luta». A partir dos problemas concretos sentidos nas empresas, serviços e sectores, e articulando esses problemas com as questões mais gerais, como o combate ao PEC e às suas sequelas, o 8 de Julho dá seguimento à grande manifestação de 29 de Maio e assume os seus objectivos, tanto na luta contra as políticas seguidas pelo Governo e apoiadas pelo PSD e pelo capital, como na exigência de alternativas, que respondam efectivamente à crise e que correspondam aos legítimos interesses e justas aspirações dos trabalhadores e da grande maioria dos portugueses - como adiantou Arménio Carlos, da Comissão Executiva da CGTP-IN, falando ao Avante! num intervalo da reunião, pouco antes do fecho da edição.
As conclusões do Conselho Nacional iriam ser divulgadas em conferência de imprensa, ao final da tarde de ontem, e delas daremos notícia no próximo número.

http://www.avante.pt/noticia.asp?id=33900&area=5

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