O primeiro-ministro já foi desejar boa sorte aos “melhores jogadores do mundo” de maneira que os rapazes já podem partir para a África do Sul descansados e cobrirem-se de glória no Mundial de futebol.
Em 2002 não produziu grande efeito, é certo, a encomenda de Durão Barroso: "Tragam a Taça", pediu o então primeiro-ministro, enquanto o Governo em peso marcava passagens e bilhetes para a final em Yokohama, à qual Portugal ficava com obrigação moral de chegar. Mas nem perto chegou. A campanha portuguesa foi mesmo na linha do fiasco, com péssimo futebol e muita porcaria, do que resultou um último lugar ex-aequo com a Polónia na fase de grupos. Em 2006 também não surtiu grande efeito - embora um pouco melhor - a convocação geral do País pelo sargento Scolari. Mas este ano tudo é diferente. Portugal tem os "melhores jogadores do mundo" e com tal elenco o que é que pode esperar-se? "Ser campeões? Com certeza!". O primeiro-ministro não faz as coisas por menos.
A preparação para o Mundial visou mais conquistar a atenção e o coração dos portugueses, embora os jogos decorram a cerca de 8 mil km de Portugal, que o apronto da equipa, numa sucessão de "eventos" e passagens de modelos de equipamento desportivo para os "prime-time" da TV e as capas dos jornais e revistas. E nesse ponto, o futebol acercou-se da política tal como ela se pratica entre nós: muita imagem e pouco sumo. E na verdade, é tão fácil acenar com um título de campeão como prometer não aumentar os impostos.
O campeonato vai encher a vida dos portugueses nas próximas semanas, em busca de uma compensação para uma vida de frustrações. Mas é de crer que os portugueses estejam livres do pior que lhes poderia acontecer: ganhar o campeonato. Com tal anestesia a "limpeza" ia ser geral.
http://economico.sapo.pt/noticias/com-certeza_91536.html
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