A meio da investigação do processo de corrupção conhecido como "Face Oculta", o presidente do Observatório de Economia e Gestão de Fraude, Carlos Pimenta, reconheceu em declarações à TSF que é urgente a criação de planos de prevenção da corrupção por parte das entidades públicas.
No seu entender, as leis portuguesas estão cheias de alçapões que abrem caminho à fraude.
«Normalmente a legislação portuguesa e em geral no que se refere à fraude é extremamente complicada, cheia de alçapões e muito dificil de aplicar porque exige investigações muito longas», afirmou Carlos Pimenta.
Por isso, o presidente do Observatório de Economia e Gestão de Fraude defende que se a lei não mudar, teremos mais casos de corrupção e fraude, o que é perigoso tendo em consideração que Portugal tem características que facilitam estes fenómenos.
«Não só há muito corrupção em Portugal, que prejudica seriamente o mundo dos negócios, mas também todos nós portugueses somos muito condescendentes com isso. Creio que é preciso mudar a rapidez das investigações, mostrar inequivocamente de que não há pessoas isentas de serem condenadas», salientou.
Quanto ao pacote de medidas anti-corrupção proposto pelo antigo deputado do PS, João Cravinho, Carlos Pimenta considera que mais não foi do que «areia para os olhos» dos portugueses.
«Foi uma oportunidade perdida. Existia todo um conjunto de preocupações e medidas que deveriam ter sido tidas em conta, e algumas coisas que avançaram foi um pouco para lançar poeira para os olhos», considerou.
Carlos Pimenta referiu, por isso, que «deveria ser repensada toda a forma de combate à corrupção desde a produção das leis, até ao julgamento dos tribunais, até à própria educação da sensibilidade do público» em relação à corrupção.
TSF - 04.11.09
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