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15/09/2009

Licenciados sem trabalho buscam saída no Exército

Centro de Recrutamento de Braga é o segundo nacional com mais procura.

Os jovens licenciados procuram, cada vez mais, novos caminhos para contornar o desemprego, e um deles é o Exército. No Centro de Recrutamento de Braga, as candidaturas não param. Este ano, podem chegar às 200.

Luís Silva é licenciado em Sociologia pela Universidade do Minho. O horizonte de empregabilidade está negro e o jovem de 23 anos, natural de Amares, quer sentir-se útil. "Não tirei um curso para me resignar. Quero mostrar que tenho capacidade, independentemente do curso que tirei". As Forças Armadas foram uma solução: "Sempre as vi com alguma relutância mas, após uma palestra, percebi que, afinal, este pode ser um caminho e, por feitio, não gosto de fechar portas sem saber o que há por detrás delas".

Das 98 candidaturas ao CRB, até ao momento, houve 60 pessoas que foram incorporadas e, a este ritmo, estima-se que até ao final do ano cheguem aos 200. Sendo o CRB o terceiro, a nível nacional, neste momento, e logo a seguir a Lisboa, é o que tem tido maior número de candidaturas.

O caso de João Silva é diferente. Licenciado em Medicina também pela universidade bracarense, tem outra meta: "Integrado numa força de paz, conhecendo outras realidades, posso conseguir mais competências que, noutras circunstâncias, não teria". O apelo humanitário também falou mais alto: "É um chavão, mas é verdadeiro. O sentir-me útil perante pessoas em piores condições e com um acesso aos cuidados de saúde fez-me optar por esta via".

No entanto, a grande maioria dos candidatos, cada vez mais homens, procura encontrar na vida militar uma forma de ganhar dinheiro e, ao mesmo tempo, adquirir mais competências. Os sinais da crise que ainda se vive na região transformam esta opção numa realidade. O tenente-coronel Luís Salgado confirma que "há para a categoria de oficiais uma procura interessante, até porque, normalmente, os contratos são a termo certo".

O trabalho que o Centro de Recrutamento tem vindo a fazer de sensibilização e esclarecimento sobre esta matéria, e para o qual tem o contributo do Centro de Emprego, é "um dos segredos para o aumento de procura", bem como a possibilidade de, "após a passagem pelas Forças Armadas, poderem enveredar nas forças de segurança", refere Luís Salgado.

Ivo Brito tem 22 anos e licenciatura em Engenharia. Chegou ao centro de recrutamento depois de um familiar lhe ter apontado o Exército como caminho. "Ele também é licenciado e está no Kosovo. Diz-me maravilhas e decidi experimentar, até porque estou um pouco farto de não fazer nada. Isto de emprego está péssimo e, ao contrário do que dizem, nesta região, ainda deve demorar arrancar".

J.N. - 15.09.09

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