Alerta da direcção do Sindicato da Carreira de Chefes da PSP transmitida ao director nacional da corporação.
"A corda pode partir-se no sábado, no encontro nacional de chefias em Coimbra, pois não podemos tolerar a situação inadmissível criada pelo novo estatuto, em que chefes com 15 anos de serviço voltam ao início da carreira", afirmou à Agência Lusa Manuel Gouveia, presidente do Sindicato da Carreira de Chefes da PSP, após uma audiência de pouco mais de uma hora com o intendente Oliveira Pereira, director nacional da corporação.
Nessa reunião pretendeu-se ouvir o que têm a dizer os cerca de dois mil chefes da PSP, "criar um espírito de corpo e ir para a luta, na certeza de que o que for decidido será levado à prática", referiu.
Com o novo estatuto, afirmam, muitos chefes da PSP ficam equiparados aos chefes que saírem agora da Escola Prática, sendo mesmo ultrapassados em termos de vencimento.
Os cerca de dois mil chefes da Polícia contestam o facto do estatuto lhes permitir apenas dois níveis na carreira de chefia, exigindo pelo menos mais um patamar, alegando que existem seis níveis para chefias idênticas na GNR e nas Forças Armadas, não aceitando também que a lei sobre o regime de carreiras na Função Pública os tenha excluído da lista dos corpos especiais de segurança, de que aquelas duas instituições fazem parte.
"Será que a GNR tem os seus direitos defendidos por ter um general à frente? Será que também temos de ter um general a comandar a PSP? Pelo menos os generais dão a cara pelos seus homens", desabafou o dirigente sindical.
Manuel Gouveia referiu que o intendente Oliveira Pereira tem afirmado compreender e subscrever as reivindicações, mas até agora não viram qualquer resultado.
"Na PSP parece que só há oficiais e os outros", acusou, referindo que os chefes, que se definem como "elos de ligação entre os agentes e os oficiais", poderão deixar de exercer esse papel, em defesa da recuperação da dignidade e da autoridade da carreira.
"Nunca falámos ao ministro da Administração Interna em dinheiro, nunca fizemos reivindicações desse tipo, mas apenas em dignidade de carreira. Quando se entra para a PSP encontra-se agora um muro à frente, sem perspectiva de progressão, ao contrário do que acontece na GNR", acrescentou.
Na reunião de hoje, terça-feira, o intendente Oliveira Pereira disse, segundo os sindicalistas, que algumas das medidas gestionárias passariam por ele nos próximos dois anos e que iria fazer o possível para eliminar as injustiças, "mas isso é insuficiente", no entender do sindicato.
"É altura de obrigar a tutela a olhar para nós com seriedade", salientou, lamentando o facto do sindicato não ter ainda conhecimento da versão final do estatuto profissional da PSP, aprovado pelo Governo em princípios de Agosto.
J.N. - 15.09.09
1 comentário:
COERÊNCIA ...PRECISA-SE!!
Estes senhores quando deveriam ter partido a corda com a aspp, cobardemente vieram a público apoiar o Ministro contra a acção dos bonés e contra os organizadores, emitindo até um comunicado ofensivo para os polícias em luta. Agora já estão muito revoltados. Afinal a graxa que deram ao Ministro não valeu de nada, agora aguentem. O que vale é que este grupo não ultrapassa os 20 ou entaõ teriamos uma PSP na ruina.
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